Fórum reflete sobre manifestações de rua
de 2013 e qualidade da democracia no país

01/10/2014 - 08:26

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Fabíola Del Porto, organizadora do evento

Fabíola Del Porto, organizadora do evento

Valeriano Costa, coordenador do Cesop

Valeriano Costa, coordenador do Cesop

Primeira mesa, sobre a qualidade da democracia

Primeira mesa, sobre a qualidade da democracia

“Depois de junho de 2013: qualidade da democracia, debilidades institucionais e as novas formas de ativismo político no Brasil” foi o tema de mais uma edição do Fórum Permanente Sociedade e Desenvolvimento, organizado pelo Centro de Estudos de Opinião Pública (Cesop) nesta terça-feira, no Centro de Convenções. Os Fóruns Permanentes são uma iniciativa da Coordenadoria Geral da Universidade (CGU), visando o desenvolvimento cultural, social e econômico do país ao propiciar o intercâmbio de experiências e pesquisas feitas por profissionais e estudantes da Unicamp e de outras instituições da sociedade. 

Este fórum, especificamente, teve como objetivo refletir sobre os limites institucionais da democracia representativa brasileira e sobre os caminhos tomados pelo ativismo e mobilização populares no cenário nacional recente – temas que, desde as mobilizações de rua de junho do ano passado, encontram-se na ordem do dia no país. “O momento e o tema são bastante oportunos, vinculados ao contexto das eleições e também a um contexto de transformação da democracia no Brasil em que ainda estamos tateando”, afirmou o professor Valeriano Mendes Ferreira Costa, coordenador do Cesop. 

Fabíola Brigante Del Porto, pesquisadora do Cesop e organizadora do evento, afirmou que as recentes mobilizações populares de rua possuem múltiplos significados que poderiam ser tratados no encontro, mas optou-se por dois temas: a crise de representação política e a internet e as redes sociais como instrumentos de mobilização. “A discussão que norteia a primeira mesa é a relação de desconfiança do cidadão com as instituições que deveriam representá-lo no atendimento das suas necessidades básicas. Chama a nossa atenção que essa descrença é uma constante em todo o período democrático, mas nem por isso as pessoas tinham ido às ruas em manifestações de proporções tão grandes.” 

Segundo a pesquisadora, refletir sobre o estopim que permitiu tamanha mobilização popular seria o tema da mesa da tarde: “Redes sociais virtuais e novas formas de mobilização política”. “Muito se diz sobre o papel fundamental da internet e das redes sociais com o seu potencial mobilizador. É um instrumental que os jovens – principais protagonistas e que encabeçaram as manifestações – dominam com destreza. A proposta é discutir quais são os antecedentes desta nova forma de mobilização, como isso se encaixa com as formas tradicionais de participação política e quais os significados e o legado das manifestações de junho, que não morreram ali.”