Inovação salta aos olhos durante
a IV Mostra e Trabalhos no Cotuca

26/09/2014 - 15:31


Um maiô criado exclusivamente para mulheres mastectomizadas e que não fizeram reconstrução após cirurgia de extração da mama, confirmado o câncer. Esse foi um dos produtos desenvolvidos por Aline Vitória Moreira e Rozita Castro, alunas do Senai de Francisco Matarazzo, São Paulo, que foi levado para a IV Mostra de Trabalhos de Cursos Técnicos, promovida pelo Colégio Técnico de Campinas (Cotuca) da Unicamp e realizada nesta sexta-feira (26). “O produto é uma necessidade dessas mulheres, para poderem se divertir também”, conta Aline. “Não existe preço criar uma roupa de banho para essas pessoas”.

Aline pensou em confeccionar algum produto primeiro para pessoas com deficiência. No começo, pensou em um corpete, mas, ao entrar em contato com a Associação Viva Melhor, em Santo André, percebeu que as mulheres ali associadas não queriam o corpete, que fica oculto pela roupa, e sim um maiô para banho. “Elas queriam ir para o mar ou para a piscina”, diz.

Rozita tinha uma vizinha mastectomizada e viu nessa uma chance de poder ajudar. Com isso em mente, ela e Aline conseguiram produzir um maiô que possui um compartimento lateral, aonde é inserida uma prótese. O novo maiô tem baixo custo, saindo pelo preço de R$ 32,00 a unidade no setor industrial e de R$50,00 a R$ 100,00 para o cliente final. A prótese tem vários tamanhos. Vai do 36 ao 54.


Outro trabalho bastante interessante foi o jogo Pop, desenvolvido pelo aluno Felipe José Lopes Rita, do Instituto Federal de São Paulo, do campus de Itapetininga. Trata-se de um jogo em que o usuário vai avançando fases ao colocar em prática o raciocínio lógico. Pode ser utilizando inclusive por crianças a partir dos oito anos de idade.

A plataforma é inglesa, mas a linguagem foi desenvolvida por brasileiros da PUC-Rio. “Nesse game um bom jogador consegue percorrer as dez fases em no máximo uma hora", revela Felipe José. "O objetivo é o entretenimento e o desenvolvimento do raciocínio lógico. Já planejo disponibilizar o produto no Google Play. Esse é o meu primeiro aplicativo para celulares e tablets. Fiz também outro jogo para desktops: O mundo mágico de Flamel, apresentado em edição anterior da Mostra do Cotuca.”

O seu orientador no primeiro projeto, o professor Wilton Moreira, acha que esse evento da Unicamp é uma grande oportunidade para mostrar ao aluno que ele é capaz de produzir sua própria criação e que existe um mercado promissor para absorver tal produto. “A área de games tem se destacado muito e tem conquistado muitos para trabalhar nesse setor da Informática”, garante.


Vanessa Petrilli, organizadora da IV Mostra e diretora administrativa do Cotuca, relata que essa edição trouxe ao Cotuca 1.000 alunos, 300 professores, 110 instituições de 5 Estados brasileiros, entre eles o Paraná. "Tivemos 446 trabalhos inscritos agora. Houve um crescimento de 40% em relação ao último ano. Isso comprova que a iniciativa está se consolidando e que já faz parte do calendário de atividades de algumas instituições que participam dessa mostra. O nosso objetivo é difundir os projetos dos alunos, mostrá-los ao mercado e incentivar a troca de experiências entre professores, alunos e funcionários", salienta. O evento é apoiado pelo CNPq pelo segundo ano consecutivo, e "a próxima mostra certamente será maior ainda", acredita.

Comentários

Como docente a participação da IV AMOSTRA DE TRABALHOS TÉCNICOS- COTUCA UNICAMP é muito importante e traz contribuições a nível técnico em 5 regiões diferentes, troca de experiências, análise e avaliações do corpo de jurados como profissionais, docentes, mestres e doutores da área. É gratificante também o apoio do CNPq para os jovens técnicos iniciantes.

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