44º Forproex
discute nova
ótica para
a extensão
universitária

19/08/2014 - 09:23

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João Frederico Meyer na mesa de abertura

João Frederico Meyer na mesa de abertura

Pró-reitores de Extensão da Região Sudeste

Pró-reitores de Extensão da Região Sudeste

Teixeira Mendes concede a primeira conferência

Teixeira Mendes concede a primeira conferência

“Uma nova ótica para a prática de uma extensão universitária contemporânea” é o tema do 44º Fórum de Pró-reitores de Extensão (Forproex) das Instituições Públicas de Educação Superior do Brasil da Região Sudeste, aberto na segunda-feira no Centro de Convenções. Organizado pela Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac) da Unicamp, o evento tem como objetivos o fomento, a gestão, a organização e a visibilidade das ações extensionistas das universidades públicas do Sudeste. Segundo os organizadores deste fórum, a extensão universitária é “indissociável do ensino e da pesquisa” e “um exercício constante de perseverança em busca da integração da racionalidade do conhecimento com a leveza da transformação do ser humano”. 

Regina Lúcia Monteiro Henrique, presidente da Forproex Nacional e professora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), observa que o Sudeste chega ao 44º Fórum, número de encontros até maior que de Fóruns Nacionais. “O Forproex foi fundado na década de 1980 pela necessidade dos pró-reitores de um espaço para discutir as políticas de extensão e tomar uma posição mais forte no interior das instituições para que a extensão seja considerada uma atividade acadêmica com o mesmo peso da graduação, pós-graduação e pesquisa. Mais recentemente, o Sudeste tem realizado até dois eventos por ano, diante de questões específicas emergentes na região.” 

Em relação a uma nova ótica para a prática da extensão universitária, tema do evento na Unicamp, Regina Henrique ressalta a profunda mudança de concepção ocorrida ao longo dos anos. “Nos primórdios, veremos uma extensão que era muito mais assistencialista, como forma de a universidade se justificar como pública, desenvolvendo alguns trabalhos junto a comunidades. Hoje percebemos que a extensão tem um potencial transformador enorme, não apenas de atuação nos espaços sociais, mas no interior da própria universidade, revendo processos de formação e de inserção desses novos profissionais no mundo do trabalho, da produção e da inovação.” 

A presidente do Forproex Nacional acrescenta que a extensão universitária hoje se insere de maneira muito forte na sociedade, no que se refere a escutar e se sensibilizar com as problemáticas conjunturais, buscando respostas mais prementes. “A extensão está bem mais flexível e porosa, sofrendo mudanças muito mais velozmente, por exemplo, que um curso de graduação ou pós-graduação. Essa flexibilidade da extensão permite que a própria universidade se torne também mais porosa e sensível à problemática conjuntural.” 

O professor João Frederico Meyer, pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários da Unicamp, lembrou os outros pró-reitores presentes sobre o privilégio de todos serem, além de professores e pesquisadores, também extensionistas. “Rubem Alves, falecido tão recentemente, gostava muito de usar metáforas, como a da jabuticabeira: quando plantamos a árvore, fazemos para que as outras pessoas tirem bom proveito dela, que começa a produzir frutos somente depois de doze ou catorze anos. É uma metáfora que cabe perfeitamente para a extensão, em que nosso maior desafio é catalisar a ação das universidades públicas de qualidade para a transformação da sociedade, da natureza e do exercício da cidadania para que seja pleno e efeito.”  

O professor Alvaro Crósta, coordenador-geral da Unicamp, deu boas vindas ao público em nome do reitor José Tadeu Jorge e afirmou que a atual administração dá especial ênfase às atividades de extensão, por acreditar que oferecem um potencial imenso de a universidade para atuar na transformação da sociedade. “As atividades acadêmicas e as atividades de extensão se complementam e jamais podem ser contrapostas. Enquanto nas atividades de graduação e pós-graduação não temos grandes possibilidades de expansão, devido a restrições de várias ordens, é justamente na extensão onde temos imensas perspectivas não só de expansão, mas de exercer nosso poder de criatividade e inovação.” 

Coube ao professor Roberto Teixeira Mendes, pró-reitor de Extensão da Unicamp no período 98-2001 e atual diretor associado da Faculdade de Ciências Médicas (FCM), conceder a conferência de abertura, sobre “Extensão Universitária no século XXI”. Na cerimônia que abriu o 44º Forproex-Região Sudeste também ocorreu a entrega de cargo do coordenador regional, professor Felício Murad (Universidade de Taubaté, Unitau), para a vice-coordenadora Ana Catarina Perez Diaz (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, UFVJM).