Dedicação de alunos da FEF faz
com que canoístas paratletas se
destaquem em mundial na Rússia

18/08/2014 - 14:35

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 Storch:

Storch: "conquista gratificante"

Gavião:

Gavião: "união entre três pensamentos"

Luis Carlos Cardoso conquistou a medalha de ouro

Luis Carlos Cardoso conquistou a medalha de ouro

Fernando Rufino de Paulo foi medalha de prata

Fernando Rufino de Paulo foi medalha de prata

A dedicação e o envolvimento de Jalusa Andréia Storch, doutoranda pelo Departamento de Estudos da Atividade Física Adaptada da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, trouxe contribuições essenciais para que os canoístas paratletas se destacassem no Campeonato Mundial de Canoagem de Velocidade e de Paracanoagem. Foram os casos de Luis Carlos Cardoso, com a medalha de ouro e Fernando Rufino de Paulo (ou Cowboy, como é conhecido), com a prata. Luiz  Gustavo Teixeira Fabrício dos Santos, ex-aluno da mesma faculdade, na graduação e mestrado,  atuou, também com destaque, como preparador físico da delegação brasileira de Paracanoagem neste mundial da Rússia. A competição foi realizada de 6 a 10 de agosto, na cidade de  Moscou, na Rússia. O Brasil esteve representado por 21 canoístas,  sendo oito na paracanoagem.

Jalusa, que atuou como fisioterapeuta da equipe técnica brasileira, é orientanda do professor José Júlio Gavião de Almeida, do Grupo de Pesquisa em Avaliação Motora Adaptada da FEF. O grupo realiza práticas de investigação no âmbito da atividade física e esporte, visando elucidar problemas relativos às lesões esportivas oriundas da prática desta modalidade.

A aluna de doutorado destaca o importante trabalho da Confederação Brasileira de Canoagem, supervisionado pelo professor Leonardo Maiola e sua equipe, que integram o Centro de Treinamento de Paracanoagem, em São Paulo, inclusive diante do estreitamento dos laços entre a referida modalidade paralímpica e a Universidade. Ressalta assim, a saudável conexão entre pesquisa e extensão.

“Receber a notícia de que o atleta que você cuida conquistou uma medalha de ouro é emocionante demais. Ao tocar o Hino Nacional e você saber que existe uma parcela sua de contribuição para esta conquista é gratificante”, disse a pós-graduanda pela FEF.  Ela explicou que “a fisioterapeuta de um atleta paraolímpico a competição trabalha  com  recursos de eletroterapia, massoterapia, crioterapia, exercícios globais e alongamentos  devido as dores que os atletas relatam, principalmente em membros superiores e coluna vertebral".

Para os jogos paralímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, a  modalidade paracanoagem já está inserida no calendário oficial da competição. Se depender dos atletas e da comissão técnica brasileira, a promessa é a conquista de mais medalhas para o Brasil.

No Centro Desportivo Krylatskoye, em Moscou, os paratletas participaram de competições durante o dia e à noite trabalhavam com questões de aquecimento e alongamento.  Foram três dias de disputa com provas rápidas de 200 metros. Os treinamentos  duravam cerca de uma hora, remando de forma mais tranquila, alternando com treinos de tiro(velocidade).  

“Após as provas, eu trabalhava com compressas de gelo para reduzir inflamações secundárias e à noite, no hotel, é que o trabalho começava mesmo. Eu atendia os oito atletas de forma individual e de acordo com suas necessidades”, conta a fisioterapeuta.

Além de fisioterapeuta, Jalusa é formada em educação física pela Universidade Estadual  do Oeste do Paraná. Cursou mestrado em Educação Especial na Universidade Federal de São Carlos (UfsCar)  e,  em 2011, ingressou na Unicamp como aluna especial. Em seu doutoramento, ainda em curso, estuda lesões esportivas com deficientes visuais.

Trajetória
Para o seu orientador, José Júlio Gavião de Almeida,  a Universidade teve muita sorte com relação às atividades do paradesporto. Ele conta que a história da FEF com os esportes paralímpicos foi iniciada nos anos 1990, quando o presidente da Confederação Brasileira de Desporto para Cegos na época, o Dr. Vital Severino Neto, resolveu fazer, no Brasil, um campeonato. “Para nossa sorte, ele havia decidido realizar a competição em conjunto com a Universidade, época em que nem o futebol para cegos ainda era considerado uma modalidade paralímpica. Mas, foi a partir daí que foram sendo estabelecidas as primeiras relações de estreitamento do Comitê Paralímpico com a Unicamp”, lembra Gavião.

A partir disso, segundo o docente, muitos alunos de mestrado e de doutorado apareceram com seus desejos de estudo e acabaram criando uma ponte entre pesquisa e atividade de campo, como é o caso da Jalusa e do Luiz Gustavo. Para Gavião, “as forças da universidade estão no ensino, na pesquisa e na extensão e a  história de Jalusa e Luiz Gustavo são um belo exemplo de união entre esses três pensamentos”.

Comentários

Este é um bom exemplo de como a universidade pode e deve contribuir para o esporte.

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