Unicamp sedia Escola São
Paulo de Ciência Avançada

12/08/2014 - 11:19

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Maria Conceição da Costa, coordenadora

Maria Conceição da Costa, coordenadora

Cinquenta alunos brasileiros e 50 estrangeiros

Cinquenta alunos brasileiros e 50 estrangeiros

O evento na DGA

O evento na DGA

A Unicamp está cedendo nessa semana as dependências da Diretoria Geral da Administração (DGA) para sediar a Escola São Paulo de Ciência Avançada (ESPCA), um programa que parte de iniciativa da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Vieram praticamente 100 alunos ao todo e oito professores estrangeiros e dez brasileiros. "A ideia tem sido trazer 50 alunos brasileiros e 50 estrangeiros", que no período da ESPCA têm suas despesas cobertas com deslocamento, hospedagem e alimentação, revela a professora Maria Conceição da Costa, coordenadora do evento. 

Cientistas com interesses profissionais comuns se reúnem para promover intensa discussão e análise dos aspectos mais avançados em seus campos de pesquisa. Essas conferências oferecem os meios de disseminação de informação e ideias de uma forma que não poderia ser obtida através de canais usuais de comunicação como publicações científicas e apresentações em eventos científicos. As aulas e discussões nessa semana serão todas ministradas em inglês e vão até sexta-feira (15). Os temas abordados são biotecnologia, biossociabilidade e governança nas Ciências da Vida. Conheça a programação.

“A intenção é trabalhar com os alunos para que aprendam e discutam os assuntos que envolvem as tecnologias que estão na fronteira, como por exemplo biotecnologia ligada a alimentos geneticamente modificados e quais seus benefícios”, recorda a docente do IG. A Escola visa divulgar a capacidade que o Brasil tem de avaliar na área das Ciências da Vida e ouvir os estrangeiros e brasileiros. 

As palestras sobre biossociabilidade ou biojurisprudência abordam aspectos de doenças muito específicas. Os participantes se unem nessa ideia de biossociabilidade para reivindicar que desejam ser cobaias a fim de testarem fármacos que estão na fronteira, porque elas têm doenças que sequer têm tratamento medicamentoso. 

Entre os pesquisadores do Brasil, estão confirmadas as presenças de Walter Colli, da Universidade de São Paulo (USP); Maria Beatriz Machado Bonacelli, da Unicamp; Sandra Caponi, do Department of Sociology and Political Science, Federal University of Santa Catarina, BR; Carlos Guilherme do Valle, do Department of Anthropology da Federal University of Rio Grande do Norte; Kenneth Camargo, do Institute of Social Medicine da State University of Rio de Janeiro; Noela Invernizzi, do Public Policy Graduate Program, Federal University of Paraná, entre outros. 

Tem mais: a realização dessa Escola, garante Maria Conceição, faz avançar a pesquisa à medida que promove a reflexão e coloca os alunos e uma parte da sociedade em contato com discussões candentes como células-tronco, alimentos geneticamente modificados, pessoas com doenças raras, com câncer e as novas técnicas de oncogenômica. 

“Essa ação da Fapesp é muito interessante porque, não somente temos uma boa interação com os pesquisadores de fora e com a possibilidade de futuras cooperações para publicar junto, mas isso tudo também propicia a chance de colocar o aluno estrangeiro em contato com outra realidade, debatendo, por exemplo, o que acontece no Brasil numa translação, cuja tecnologia muitas vezes é desenvolvida em países industrialmente mais avançados", observa a coordenadora do evento. 


O que faz
Essa modalidade ESPCA oferece financiamento para a organização de cursos de curta duração em pesquisa avançada nas diferentes áreas do conhecimento, sob a responsabilidade de um pesquisador principal vinculado a instituições superiores de ensino e pesquisa no Estado de São Paulo. A seleção é feita por meio de análise pelos pares. Para participar, é necessário submeter uma proposta de participação contendo currículo, resumo da pesquisa em andamento e uma carta de recomendação.