Cole articula linguagens para
expandir universo de leitores

22/07/2014 - 16:05

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O organizador, Antônio Carlos Amorin

O organizador, Antônio Carlos Amorin

Mesa de abertura

Mesa de abertura

O conferencista Willi Bole

O conferencista Willi Bole

Feira cultural e literária

Feira cultural e literária

Gracinda Baptista, da Editora da Unicamp: descontos em títulos

Gracinda Baptista, da Editora da Unicamp: descontos em títulos

Linguagens variadas para expandir o universo de leitores no país. A programação da 19ª edição do Congresso de Leitura do Brasil (Cole) articula a leitura com sonoridades, performances, iconografias e imagens para alcançar o objetivo proposto pelos organizadores do evento, aberto na manhã desta terça-feira (22) no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp (GMU). Vídeo

O tema desta edição é ‘Leituras sem margens’. “Sem margens porque o congresso não é exclusivo da palavra escrita. Além desta perspectiva das linguagens, nós temos também a possibilidade de trazer autores que não estão na mídia como os mais destacados da produção literária; autores que trabalham a possibilidade de o leitor tomar contato com a literatura, o cinema, a performance... O tema é também uma referência ‘A terceira margem do rio’, conto de Guimaraes Rosa adaptado por Caetano Veloso e Milton Nascimento em música homônima. ‘Leitura em margens’ tem ainda um viés para a experimentação”, explica Antônio Carlos Amorim, organizador do evento e diretor da Associação de Leitura do Brasil (ABL). 

O tradicional congresso, promovido pela Faculdade de Educação (FE) e pela Associação de Leitura do Brasil (ALB), prossegue até esta sexta-feira (25) no GMU, com conferências, mesas-redondas, conversas com autores, oficinas, exposições, intervenções literárias e musicais, ciclo de cinema, lançamentos e feira cultural e literária, com descontos e troca de títulos. 

“A ALB se estabeleceu num contexto de redemocratização do Brasil na década de 1980. Desde então temos exercitado maneiras de democratizar o acesso à leitura no Brasil, que é muito elitizada. Por isso nós não queremos lidar especificamente com os autores canônicos, queremos trazer aquilo que seja da periferia, da margem, que não seja tão central. E isso para valorizar e mostrar também o quanto qualificada são essas produções e essas experiências”, situa o organizador do evento. 

Além de Antônio Carlos Amorin, a abertura do Cole contou com a presença do diretor da FE, Luiz Carlos de Freitas; do representante da Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários (Preac), Marcus Lüders; e do diretor de Cultura de Campinas, Gabriel Rapassi. A conferência de abertura foi ministrada pelo linguista Willi Bole (Stefan Wilhelm Bolle), professor de literatura da Universidade de São Paulo (USP). 

Ele falou sobre a experiência da montagem de uma oficina teatral realizada em 2009 com professores e alunos de uma escola de ensino médio na periferia de Belém (PA). A oficina, elaborada a partir de adaptações de cinco romances do escritor paraense Dalcídio Jurandir (1909-1979), foi, de acordo com o conferencista, uma tentativa de diálogo entre a universidade e a periferia.

“Eu tentei chamar a atenção para a importância do diálogo de nós, professores universitários, com a periferia do Brasil. O equivalente da população da Grécia, em torno de 11,5 milhões de pessoas, vive em periferias no Brasil. O escritor norte-americano Mike Davis, autor de ‘Planeta Favela’, mostra que a população de favela no mundo aumenta na proporção de 25 milhões por anos”, explica o docente da USP. 

Feira cultural e literária
Durante a feira cultural e literária do Cole, organizada pela ABL, FE e Editora da Unicamp, os participantes tem a oportunidade de adquirir títulos de 34 editoras com descontos que variam de 20 a 40%. Há, além disso, a presença de autores, como o cartunista Laerte (na terça-feira, às 17h30) e da escritora Marina Colasanti (na quinta-feira, às 16h30). A programação completa da feira cultural e literária está disponível no endereço