“Leituras sem margens” é o tema do 19º Congresso de Leitura do Brasil (Cole), que será aberto às 9h30 desta terça-feira no Ginásio Multidisciplinar da Unicamp. O evento promovido pela Faculdade de Educação (FE) e pela Associação de Leitura do Brasil (ALB) prossegue até sexta-feira com conferências, mesas-redondas, conversas com autores, oficinas, exposições, ciclo de cinema, lançamentos e a Feira Cultural e Literária do Cole, com intervenções literárias e musicais e feira de livros com descontos e troca de títulos.  Esta Feira contará com as presenças do cartunista Laerte (na terça, às 17h30) e da escritora Marina Colasanti (na quinta, às 16h30), além de autores premiados com o Prêmio Jabuti. São esperadas mais de 2.500 pessoas nesta edição. 

Segundo os organizadores do 19º Cole, o tema “Leituras sem margens” foi escolhido para “dar vez e voz aos dizeres que habitam terceiras margens – palavras, sopros, sussurros, sibilos, ventanias, líquidas superfícies, películas-pele – que se fazem (in)visíveis, (in)tangíveis silêncios”.  O coordenador do evento, Antônio Carlos Rodrigues de Amorim, professor da FE e que cumpre sua segunda gestão na presidência da ALB, explica melhor a temática. “Desde a  edição passada, pensamos em articular a leitura com as artes, não somente com a literatura. Então nesse ano vamos trabalhar com sonoridades, performances, iconografia, imagens”. 

A primeira conferência será concedida pelo professor Willi Bolle (USP), às 11 horas, sobre “Cenas de vida numa favela: da leitura de um romance através de sua encenação até uma pesquisa de campo”. O tema é referente a uma oficina teatral realizada pelo conferencista com professores e alunos de uma escola de ensino médio na periferia de Belém, em que foram elaboradas adaptações cênicas de cinco romances do escritor paraense Dalcídio Jurandir. 

A tarde deste primeiro dia de Cole está reservada para duas sessões sobre “Perspectivas da leitura no Brasil”, com palestras “Movimento por um Brasil literário”, com Elizabeth Serra, e “Empréstimo de eBooks: a revolução na palma da mão”, com Galeno Amorim; e ainda para a mesa-redonda tratando de “Uma proposta de integração entre língua portuguesa e matemática na alfabetização: o desafio da Unicamp no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa”. A programação completa está na página do Cole. 

No final do dia haverá o lançamento do livro Imagens e palavras - Homenagem a Milton José de Almeida (Editora Autores Associados), organizado por Ana Lúcia Goulart de Faria, Gabriela Fiorin Rigotti e Wenceslao Machado de Oliveira Jr. O homenageado foi professor da Faculdade de Educação, onde estudou e realizou pesquisas sobre a arte da memória e as diferentes linguagens verbais, visuais e audiovisuais que dão forma e ideologia à educação cultural, ao imaginário e à inteligência contemporânea. Segundo os organizadores, a importância do livro está em manter pulsante a obra e o perfil intelectual de Milton José de Almeida como instigantes perspectivas para a área de educação, sobretudo no que se refere à singular abordagem que ele fez da relação entre as imagens e os processos educativos inerentes a elas.

Já a Coleção de Livros Hilário Fracalanza, professor da FE que faleceu em 2009, será ampliada, e a Coleção dos 30 anos do Texto na Sala de Aula, organizada pelo professor do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) João Wanderley Geraldi, terá uma sessão especial com a presença de estudiosos da área. Também está sendo preparado um material escrito contendo uma síntese dos 19 Coles, com uso do recurso da iconografia. Uma novidade é que neste ano, no centro de Campinas, serão feitas intervenções de poesia envolvendo a população no período matutino. O último dia será dedicado totalmente à mostra de 50 minicursos.