A Unicamp na revolução
científica de acesso aberto

25/04/2014 - 16:51

Paulo Mazzafera, Paulo Arruda e visitantes de Toronto

A Unicamp procura consolidar sua entrada em uma rede internacional de cientistas da academia e da indústria voltada ao estudo da estrutura de proteínas, ao sediar o evento “Chemical Probe-based Open Science: Uncovering New Human and Plant Biology”, de 28 a 29 de abril, no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). A conferência é organizada pelo Instituto de Biologia (IB), numa iniciativa do Structural Genomics Consortium (SGC) e da Natureconferences, com apoio da Fapesp. É o primeiro evento apoiado pelo Nature Publishing Group na América Latina. 

O professor Paulo Mazzafera, coordenador-geral do encontro, lembra que em fevereiro de 2013 a Unicamp estabeleceu convênio com a intenção de implantar no campus um nó do Structural Genomics Consortium, que tem sua base nas Universidades de Toronto (Canadá) e Oxford (Reino Unido). “É uma iniciativa única que, ao contrário de todos os projetos relacionados à descoberta de drogas, torna público seus resultados, sem restrição de uso. Na década passada, o SGC atraiu mais de US$ 200 milhões provenientes do governo canadense, Wellcome Trust e Gates Foundation. A rede também traz avanços no descobrimento de novas drogas, razão pela qual nove farmacêuticas (AbbVie, Bayer, Boehringer Ingelheim, Eli Lilly, GlaxoSmithKline, Janssen, Novartis, Pfizer e Takeda) lhe destinaram outros 100 milhões de dólares.” 

Segundo o professor Paulo Arruda, do comitê científico da conferência, um projeto para implantação do laboratório SGC/Unicamp está sendo submetido para avaliação da Fapesp, outras agências de fomento e indústrias farmacêuticas nacionais. “O SGC é hoje o maior projeto de Inovação Aberta na área de ciências da vida, ligando o melhor da produção acadêmica com o melhor em pesquisa e inovação na indústria de biotecnologia de ponta. Com este laboratório estaremos dando um grande passo na química biológica voltada a aplicações nas áreas biomédica e vegetal. E um grande passo, também, em direção à internacionalização da nossa ciência, conectando-nos a centenas de grupos ao redor do mundo que colaboram com o SGC.” 

Sondas químicas 

O objetivo do evento “Chemical Probe-based Open Science: Uncovering New Human and Plant Biology” é discutir os avanços recentes na descoberta, concepção e aplicação de sondas químicas nas áreas de ciências biomédicas e de ciência de plantas. Sondas químicas são moléculas inibidoras de enzimas ou proteínas e formam a base para o desenvolvimento de drogas para tratamentos de doenças. Direcionado a professores, pesquisadores, estudantes e profissionais da indústria e do governo, o evento vai reunir durante dois dias especialistas renomados do Brasil e do exterior, em quatro sessões temáticas: “Protein kinases: Exploring the untargeted kinome”, “How can Brazil lead a scientific revolution for open access?”, “Plant Systems: Chemical probes and basic plant biology” e “Open Science: Sharing Chemical Probes”. 

Para responder “Como o Brasil pode liderar uma revolução científica de acesso aberto”, participam da mesa-redonda da tarde de segunda-feira, mediada por Amy Donner (Nature Publishing Group), Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp e docente da Unicamp; Glaucius Oliva, presidente do CNPq; o representante de Glauco Arbix, presidente da Finep; Bill Zuercher, da GSK; Mark Zuercher, da Pfizer; e Philippe Herve, da Bayer. 

Os convidados para as outras sessões são: Tetsuyuki Maruyama (Takeda Pharmaceuticals), David Drewry (GSK), Sandra Jacob (Novartis), Stefan Knapp (Universidade de Oxford), Lício Velloso (Unicamp), Rob Field (John Innes Centre), Renier van der Hoorn (Universidade de Oxford), Sean Cutler (Universidade da Califórnia, Riverside), Peter McCourt (Universidade de Toronto), Thomas Ruff (Monsanto), Cheryl Arrowsmith (Universidade de Toronto), Mark Bunnage (Pfizer), Paul Brennan (Universidade de Oxford) e, na palestra de encerramento, Aled Edwards (SGC).