O Grupo de Trabalho (GT) de Combate à Dengue da Unicamp, ligado ao Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), promoveu nova reunião na tarde desta sexta-feira (25), durante a qual foi feito um balanço das ações desenvolvidas e definidas novas iniciativas. Participaram do encontro representantes do Cecom, do GT de combate à dengue da Moradia Estudantil, da coordenadoria da Moradia e da Vigilância Sanitária de Campinas. A avaliação geral foi de que as medidas adotadas proporcionaram avanços importantes, mas que o combate aos criadouros do mosquito Aedes Aegypt, transmissor da doença, precisa ter continuidade em todos os espaços da Universidade.

No encontro, o coordenador da Moradia Estudantil, professor Marcelo Alexandre Prado, elencou as ações adotadas nas últimas semanas, como a nebulização e a limpeza das áreas externas (incluindo a poda de árvores e o corte do mato), a higienização das caixas d’água e o início da troca das calhas de algumas residências. “Nós também estamos elaborando um projeto para a construção de uma torre com uma caixa d’água que irá substituir os reservatórios presentes atualmente nas moradias. Isso vai facilitar muito o trabalho de limpeza”, adiantou.

Duas estudantes integrantes do GT da Moradia também informaram que fizeram vistorias nas residências e orientaram os moradores sobre a necessidade de eliminarem os criadouros do Aedes Aegypt. Os participantes da reunião destacaram a importância da troca de informações e do trabalho em parceria, como forma de otimizar as ações. Ainda segundo eles, é fundamental que o esforço tenha continuidade mesmo depois de superada a atual epidemia da doença em Campinas.

Nesse sentido, informou Rôse Clélia Grion Trevisane, presidente do GT, uma medida que será executada brevemente é a concessão de bolsas-trabalho a estudantes de graduação, para que eles façam a vigilância ambiental no campus. “A visão ambiental é importante, pois ela não se restringe a problemas pontuais, como a epidemia de dengue. Ela é mais ampla e contínua, o que faz com que gere impactos positivos para o controle de uma série de questões, inclusive as relacionadas à saúde”, considerou.

Ovando Provatti, biólogo responsável pelo controle de dengue na Vigilância Sanitária Norte, elogiou os procedimentos adotados pela Unicamp. De acordo com ele, a Universidade está no caminho certo ao criar um GT que envolva diversos setores e atores para combater os criadouros do mosquito Aedes Aegypt.

Nebulização

A Unicamp tem intensificado as ações de combate à dengue em seus campi e demais dependências ligadas à Universidade. Nesta quinta-feira, por solicitação da instituição, a Superintendência de Controle de Endemias (Sucen) promoveu a nebulização das áreas externas da Moradia Estudantil, localizada no bairro Santa Isabel, no distrito de Barão Geraldo, em Campinas. Paralelamente, a Divisão de Segurança do Trabalho (DSTr) da Diretoria Geral de Recursos Humanos (DGRH) realizou reunião na qual orientou os trabalhadores das empresas terceirizadas sobre como eliminar criadouros do mosquito Aedes Aegypt e acerca dos cuidados com a doença.

Os trabalhos de nebulização na Moradia Estudantil começaram por volta da 9 horas. No dia anterior, os moradores já haviam sido avisados da ação e orientados a guardar alimentos e objetos de uso pessoal, bem como cobrir eletrodomésticos com panos. De acordo com Paulo Humberto Fozatti, assessor técnico da direção, a nebulização veio se somar a outras iniciativas de combate à dengue executadas no local. “Já faz parte da nossa rotina a limpeza externa da Moradia, a desobstrução de calhas e a higienização de caixas d’água. Além disso, nós também dedetizamos as áreas externas quatro vezes ao ano”, elenca.

A administração da Moradia Estudantil, acrescenta Fozatti, está integrada ao Grupo de Combate (GT) à Dengue da Unicamp, ligado ao Centro de Saúde da Comunidade (Cecom), que atua de forma contínua. “Estamos sempre orientando os moradores e distribuindo materiais informativos”, relata. Ainda segundo ele, nesta mesma quinta-feira seriam iniciados trabalhos para ajustes das calhas de algumas casas que apresentam problema de angulação, o que dificulta o escoamento da água. “É uma falha ocorrida há anos, mas que somente agora foi identificada”, explica.

Outra ação em andamento, diz, é a elaboração de um projeto para a construção de uma torre com uma caixa d’água que substituirá os cerca de 600 reservatórios em funcionamento atualmente na Moradia. “Isso vai facilitar muito o trabalho de limpeza, pois teremos somente uma em vez de 600 caixas d’água”, explica. Conforme Eike Dietrich, da Seção de Fiscalização de Serviços/Obras Terceirizadas da DSTr, a orientação aos funcionários das empresas terceirizadas faz parte da rotina da Divisão.

Nos encontros, segundo ele, os trabalhadores são informados sobre procedimentos que devem adotar nos campi da Universidade, inclusive em relação à segurança pessoal e durante as atividades profissionais. “Nós também damos destaque às ações contidas da campanha Unicamp sem Dengue. Falamos sobre os riscos e sintomas da doença e orientamos os terceirizados a não deixarem, por exemplo, que a água se acumule nas lajes ou nos objetos e ferramentas usadas nas obras, como carrinhos de mão, latas e lonas”, conta Dietrich.

Ainda segundo ele, os encontros para a orientação dos funcionários das empresas terceirizadas ocorrem todas as terças e quintas-feiras, entre 9 e 11 horas, no campus de Barão Geraldo. “Entretanto, quando é necessário e temos um grupo grande de trabalhadores, nós deslocamos alguma equipe para os outros campi da Universidade para fazer essa orientação”, finaliza Dietrich.