Doutorado do
Nepam
comemora
10 anos
em pesquisas
ambientais

10/04/2014 - 10:59

Mesa de abertura das comemoraçõesApresentações e debates sobre "Ambiente e Sociedade: a visão interdisciplinar das mudanças ambientais globais" foram realizados no primeiro dia (9 de abril) do evento em comemoração aos dez anos do Programa de Doutorado em Ambiente e Sociedade do Núcleo de Estudos em Pesquisas Ambientais (Nepam) e o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. A programação continuou até quinta-feira, 10, na Sala Nova York da Fundação de Desenvolvimento da Unicamp (Funcamp). VÍDEO

Na primeira apresentação da tarde de abertura, o vice coordenador da Área de Ciências Ambientais da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Carlos Alberto Sampaio, falou sobre a abordagem interdisciplinar em ciências ambientais e sobre o funcionamento da área, que abrange 89 programas, entre eles o do Nepam. Sampaio salientou o reconhecimento dos pares, que indicaram o programa da Unicamp para conceito 6, que se refere aos programas não só já consolidados, como internacionais, embora o conselho técnico da Capes tenha sugerido o conceito 5.

Carlos Joly e os desafios do programaPara o docente Carlos Alfredo Joly, coordenador do programa de doutorado, este será um dos desafios para as próximas avaliações da Capes. “A Capes considera um programa quando você tem os níveis de mestrado e de doutorado. Nosso programa opta apenas em oferecer o nível de doutorado porque entendemos que os alunos ingressantes vêm de uma formação disciplinar bastante forte e muito consolidada para então poderem trabalhar de uma forma interdisciplinar”.

Joly relembrou o projeto conjunto de iniciativa do professor Daniel Hogan, já falecido, submetido ao Programa Fapesp de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais. “Aportamos nossos alunos e diferentes conhecimentos focados numa questão de mudanças globais no litoral norte do estado de São Paulo”.

O professor afirmou, no entanto, que essas iniciativas não inibem projetos de disciplinas e áreas próprias. “A capacidade de trabalhar sob o mesmo guarda-chuva e sobre diferentes enfoques permitiu que formássemos alunos que hoje estão em outras universidades, mas também alunos que estão no Instituto Chico Mendes, na Fundação Florestal ou órgãos que administram áreas ambientais. Outros trabalham com formulação de políticas diretamente. Essa gama de egressos mostra o sucesso dessa iniciativa”.

Para o coordenador geral da Unicamp, professor Álvaro Crosta, também presente no evento, a universidade conseguiu montar “um sistema saudável de pesquisa interdisciplinar”. Crosta apresentou a experiência da Coordenadoria dos Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa (Cocen), ressaltando o percentual expressivo de produção científica e captação de recursos dos centros e núcleos.

Ainda na tarde de abertura do evento apresentaram temas o coordenador do Programa Fapesp de pesquisas em Mudanças Climáticas, Reynaldo Victoria, e o professor Steven Yearley, da University of Edinburgh.

Leila da Costa Ferreira, uma das fundadoras do NepamA professora Leila da Costa Ferreira, uma das fundadoras do Nepam e também do doutorado disse que além de interdisciplinar, o programa é interinstitucional. “No início houve certa resistência a interinstitucionalidade, mas hoje nós somos reconhecidos como referência nacional e internacional e nossos egressos tem tido uma inserção na área ambiental muito significativa”.

Leila destacou os prêmios de melhor tese de doutoramento da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ambiente e Sociedade (Anppas), recebido por Juliana Sampaio Farinaci, que também recebeu o Prêmio Capes de Tese 2013 da área de Ciências Ambientais. A docente ressaltou que o programa da Unicamp integra o Special Program Excellence Chairs (SPEC) da Fapesp, que propiciou a vinda ao Brasil do professor Emilio Federico Moran, professor da Michigan State University, nos Estados Unidos, para o Projeto Clima.

“Enfim o  Nepam tem muitas pesquisas na Amazônia, muitas pesquisas sobre cidades e seus problemas ambientais e atualmente várias pesquisas em países latino-americanos não só feitas pelos nossos alunos como também pelo corpo docente, o balanço desses dez anos é muito positivo”, comemorou.