Unicamp debate os 50
anos do Golpe de 64

11/03/2014 - 14:11

O Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp, por meio do Departamento de História e do Programa de Pós-Graduação em História, abriu na manhã desta terça-feira (11) o seminário 50 anos do Golpe Civil-Militar de 1964 – Revisitando questões e debates. O evento, que terá continuidade nesta quarta-feira, tem por objetivo discutir diversos aspectos relacionados ao regime político instaurado no país após o episódio. As atividades, abertas ao público em geral, ocorrem no Auditório I do próprio IFCH.

Na abertura do seminário, o diretor do Instituto, professor Jorge Coli, destacou a importância de a Universidade promover um debate qualificado sobre um período difícil da história brasileira. “Iniciativas como estas são fundamentais para trazer luzes que nos ajudem a atender os caminhos atuais da nossa história”, disse. Silvana Rubino, coordenadora do Programa de Pós-Graduação em História, também defendeu a necessidade de se estimular uma reflexão responsável e profunda acerca do tema. “Temos que fazer um contraponto ao debate de baixo nível que muitas vezes vemos pela imprensa e que, não raro, coloca questões levianas como se houve mesmo tortura no país”, afirmou.

Para a professora Margareth Rago, uma das organizadoras do seminário, o evento não somente é uma oportunidade para promover um acerto de contas com a História, “mas principalmente para celebrar a vida”. José Alves, outro organizador, reafirmou a posição da colega. “É um momento de celebrar a vida, a autonomia e a possibilidade de se refletir sobre a nossa história”, considerou.

A primeira mesa, que foi coordenada pelo professor Marcelo Ridenti, do Departamento de Sociologia do IFCH, reuniu os pesquisadores Anderson da Silva Almeida, doutorando da Universidade Federal Fluminense (UFF); Denise Rolemberg, docente do Departamento de História da mesma UFF; e Jean Rodrigues Sales, docente do Departamento de História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Eles fizeram diferentes abordagens dentro do tema “Agentes sociais, dilemas e silêncios em torno do passado ditatorial”.

Silvana, por exemplo, falou a respeito da questão da resistência. Ela citou trabalhos de diversos pensadores sobre o tema, que fizeram esforços para tentar conceituá-lo. Apesar dos critérios apresentados, segundo ela, ainda existem pontos a serem analisados, visto que os pressupostos nem sempre podem ser aplicados às diferentes situações relacionadas à resistência. “É um tema em aberto. O dado positivo é que ele nos estimula a continuar refletindo e debatendo”, ponderou. O seminário pode ser assistido ao vivo neste endereço.