FEC comemora tese 1000 e
pós-graduação consolidada

28/02/2014 - 14:02

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Zuffo e Barbarotto, orientador e autor da tese 1000

Zuffo e Barbarotto, orientador e autor da tese 1000

Barbosa, diretor da FEC: pós-graduação consolidada

Barbosa, diretor da FEC: pós-graduação consolidada

Guimarães:

Guimarães: "Diferencial é a multidisciplinaridade"

A tese número 1000 da Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC) da Unicamp foi defendida na tarde de quinta-feira pelo aluno Jorge Luiz Barbarotto, com a orientação do professor Antonio Carlos Zuffo. “Análise da disponibilidade hídrica da bacia do rio Jundiaí por meio de simulações hidrológicas de cenários prováveis” é o título do estudo, que é apresentado justamente neste período de estiagem anormal no Estado de São Paulo. A marca foi comemorada em cerimônia realizada logo após a defesa de tese, com a presença de convidados da FEC e da administração central.

O professor Paulo Sergio Franco Barbosa, diretor da FEC, lembrou que a pós-graduação da unidade teve início em 1986, com apenas cinco professores, para alcançar este estágio importante  na formação de mestres e doutores no país. “Temos dois programas: de Engenharia Civil, com temas clássicos relacionados à infraestrutura, para cuja necessidade de investimentos o Brasil está acordando; e de Arquitetura, Tecnologia e Cidade, que começou agora em 2012, abordando temas importantes e atuais como ordenamento territorial urbano, projeto arquitetônico, tecnologia e sustentabilidade.”

Paulo Barbosa acrescenta que o programa de Engenharia Civil está muito bem nas avaliações feitas pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). “No último trimestre avaliado, nós somos o segundo programa do país na formação de doutores, entre 99 cursos existentes; e, na produção de artigos qualificados, estamos em terceiro. Este programa está bem consolidado, com professores doutores que têm interlocução internacional e formando mestres e doutores em número acima da média nacional. O programa de Arquitetura é bem mais recente, mas ostenta indicadores muito bons desde o início.”

Na opinião do professor José Roberto Guimarães, coordenador-geral da Pós-Graduação, o diferencial dos programas da FEC está na multidisciplinaridade. “Há algum tempo, quando as pessoas nem falavam nestas interfaces da ciência, a nossa pós já as promovia. São várias áreas de pesquisa diferenciadas. Começando pelos  professores, temos engenheiro civil, químico, engenheiro químico, biólogo, advogado, físico, matemático. Na verdade, as ciências ambientais são áreas de interface, envolvendo engenharia, química, biologia, tudo ao mesmo tempo. Não é possível falar de estação de tratamento de água sem considerar todos os processos físicos, químicos e biológicos. Nossos alunos estão em vantagem em relação à quase maioria dos outros programas de pós do país e com uma inserção muito grande no mercado de trabalho.”

A dissertação
A tese 1000 da FEC tem como foco a bacia do rio Jundiaí, que é parte do PCJ (Consórcio das Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e está entre as regiões metropolitanas de Campinas e de São Paulo. “O rio é de grande importância para nove cidades que precisam da sua água. Na falta dela, é preciso captá-la do sistema Cantareira, fazendo a transposição do rio Atibaia”, explica o orientador da pesquisa Antonio Carlos Zuffo. “O trabalho do aluno foi gerar dados sobre vazões, pois não havia medições, não se conhece o regime fluviométrico da região. Ele recompôs uma série de vazões com chuvas observadas até 2013 e depois simulou os períodos dos quais não havia registro.”

O autor da dissertação Jorge Barbarotto afirma, por sua vez, que a principal dificuldade na pesquisa foi a obtenção de dados hidrológicos, de chuva e de vazão da bacia, bem como de mapas. “Estudei a disponibilidade hídrica da bacia do Jundiaí, que está inserida no contexto do sistema Cantareira. Criei dois cenários associando a redução da precipitação de chuva com a redução da disponibilidade hídrica – se houve redução no Cantareira, provavelmente ocorreu o mesmo na bacia do Jundiaí. E isso juntamente com o aumento da demanda, pois meu estudo também mostrou grande crescimento da área urbana na bacia do rio Jundiaí, o que complica ainda mais a situação.”