CAF: Paixonite aguda e estresse têm explicação. Está tudo no cérebro

Pupilas dilatadas, tremores e aumento da pressão arterial são sintomas característicos de diversos tipos de doença. Durante a oficina “Como o cérebro funciona?”, que aconteceu na tarde desta quarta-feira (29) na Faculdade de Ciências Médicas (FCM) da Unicamp, um grupo de estudantes do programa Ciência & Arte nas Férias (CAF) aprendeu, também, que essas manifestações podem fazer parte da chamada “paixonite aguda”.  A divertida comparação abriu a palestra ministrada pelos pós-graduandos Luciana Ramalho, Jéssica Elias Vicentini e Mateus Henrique Nogueira, orientados pelos neurologistas Li Li Min e Fernando Cendes, do Departamento de Neurologia da FCM, e serviu para demonstrar como o órgão interfere no comportamento do ser humano.

A oficina teve como objetivo principal aproximar ainda mais os estudantes da ciência, por meio de um tema considerado instigante. “Sempre ouvirmos falar muito sobre o cérebro, mas nem sempre percebemos que ele está associado a coisas simples do nosso dia a dia”, disse a bióloga Luciana Ramalho, doutoranda em neurociências.

Além de compreender de que maneira os hormônios e neurotransmissores dopamina, adrenalina, noradrenalina, feniletilamina e ocitocina atuam sobre a "paixonite aguda", os cafianos também foram introduzidos a outro comportamento humano intimamente ligado às atividades cerebrais: o estresse. “O estresse e a ansiedade garantem o desempenho frente a situações de ameaça, mas também podem atrapalhar a tomada de decisões”, explicou a psicóloga Jéssica Elias Vicentini, mestranda em fisiopatologia médica. De acordo com ela, a maneira pela qual o indivíduo filtra, processa e avalia determinada situação é um dos aspectos relacionados ao estresse e à ansiedade. “Diante de um tanque de guerra, uma pessoa pode se fingir de morta, enquanto outras podem sair correndo”, citou Jéssica, como exemplo.

“E o que dizer da música, capaz de despertar lembranças de bons e maus momentos?”, instigou o psicólogo Mateus Henrique Nogueira, doutorando em neurociências. Segundo Mateus, graças ao cérebro, somos capazes de reconhecer diferentes ritmos, melodias e timbres. A nossa voz também é única e ainda que alguém imite muito bem outra pessoa, a voz não será a mesma. Mateus abriu sua exposição com uma música, perguntando aos estudantes do que se tratava. Quase que imediatamente, os estudantes abriram os braços e gritaram “Jack”. Quem não se lembra da famosa trilha sonora do filme Titanic?

O programa Ciência & Arte nas Férias, promovido pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) da Unicamp, termina nessa sexta-feira (31). A cerimônia de encerramento acontecerá no Auditório da FCM, às 9 horas, e será transmitida pela RTV Unicamp. O programa teve início nas primeiras semanas de janeiro e contou com a participação de 158 estudantes da rede pública estadual, em diversas atividades de pesquisa na universidade. Somente a FCM recebeu 45 estudantes durante esse período, com atividades distribuídas em 15 laboratórios.