Impacto de pesquisas, um
dos desafios para o Estado

25/11/2013 - 15:25

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Palestra de abertura com Brito Cruz

Palestra de abertura com Brito Cruz

A pró-reitora de pesquisa da Unicamp

A pró-reitora de pesquisa da Unicamp

Fernando Coelho, organizador do evento

Fernando Coelho, organizador do evento

Autoridades durante abertura

Autoridades durante abertura

Um dos desafios mais urgentes na atualidade para a ciência de São Paulo está associado ao aumento no impacto das pesquisas produzidas no Estado, apontou o físico Carlos Henrique de Brito Cruz, diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e  ex-reitor da Unicamp. Brito Cruz abriu na manhã desta segunda-feira (25) workshop organizado pela Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP)  da Unicamp no auditório da Faculdade de Ciências Médicas (FCM). O evento, denominado “PRP e você”, buscou uma maior aproximação entre a comunidade acadêmica da Unicamp e a pró-reitora, responsável pela política científica da Universidade. 

Para o gestor de um dos principais órgãos de fomento à ciência do país é preciso que o crescimento científico, cada vez maior, seja também acompanhado por um maior impacto da ciência produzida no Estado.  “Há uma quantidade apreciável de projetos de pesquisa acontecendo no Estado, bem financiados por Fapesp, CNPq, Capes, Finep e pelas universidades, sejam estaduais, sejam federais. A produção científica tem crescido, agora nos resta o desafio de que esta produção científica seja mais vista e tenha mais impacto”, afirmou Brito Cruz.

“Um dado importante sobre isso está relacionado aos artigos científicos. Observamos que no Estado de São Paulo, como no Brasil em geral, tem havido um crescimento importante na quantidade de artigos científicos. Mas temos ainda um trabalho para fazer no que diz respeito ao impacto destes artigos na literatura científica mundial. O objetivo é buscar mais impacto intelectual, mais impacto social e mais impacto econômico sobre os resultados das pesquisas”, completou. 

O diretor da Fapesp acrescentou que outro desafio necessário relaciona-se ao aumento no número de instituições e pesquisadores existentes no Estado de São Paulo. “O Estado ainda tem um terço do número de pesquisadores por habitante que tem a Espanha e Portugal. E a economia de São Paulo já está chegando no tamanho da economia da Espanha. Portanto, proporcionalmente ao tamanho da economia, precisamos ter três vezes mais cientistas”, exemplificou. 

Propostas
O físico e reitor da Unicamp entre 2002 e 2005 apontou três propostas para ampliar o impacto da ciência produzida no Estado. O primeiro deles, segundo Brito Cruz, refere-se a um maior apoio institucional das universidades.  “É preciso melhorar o apoio que as instituições oferecem aos pesquisadores na gestão dos seus projetos de pesquisa. Diferentemente do que acontecia no passado, hoje os projetos de pesquisa no Estado de São Paulo são custosos e de longa duração. Existem muitos recursos para serem desembolsados, muitas compras para serem feitas. Como acontece nas boas universidades do mundo é necessário que haja serviços das universidades para apoiar estes pesquisadores, de modo que eles se concentrem apenas na atividade principal da pesquisa”, explicou.

“O segundo é intensificar a colaboração internacional em pesquisa. Precisamos conseguir que os pesquisadores do Estado de São Paulo interajam com excelentes pesquisadores do mundo inteiro, porque a ciência é uma atividade social e a interação com cientistas muito capazes aumenta o fluxo de ideias e melhora a qualidade e o desenvolvimento da pesquisa que se faz aqui. E o terceiro elemento é a busca de projetos de pesquisa que sejam mais ousados, que tenham o objetivo de expandir as fronteiras do conhecimento”, elencou. 

Objetivos
O professor da Unicamp Fernando Coelho, coordenador do Workshop, explicitou aos presentes durante a abertura os objetivos do evento. “A ideia é aproximar a PRP da comunidade, levando em consideração que nos últimos anos a Universidade contratou um número muito grande de pesquisadores e novos profissionais. A ideia é chamar a comunidade para conversar e apresentar os programas e ações da PRP”, expôs.

A pró-reitora Gláucia Maria Pastore acrescentou que a missão da PRP “é justamente ajudar e estimular a nossa pesquisa, tão forte, para que seja cada vez mais um paradigma para o Brasil e para o mundo. Este Workshop é um ponto de partida para uma aproximação e interação cada vez mais nítida com nossos pesquisadores”. Também participaram da abertura do evento, o pró-reitor de Extensão e Assuntos Comunitários, João Frederico da Costa Azevedo Meyer, e o assessor da PRP, o docente Douglas Galvão.