Docente da Unicamp organiza livro sobre
arqueologia da guerra e do conflito

11/09/2013 - 14:00

Reprodução da capa da obra

Os campos de batalhas necessitam ser compreendidos em sua dupla existência: como locais onde se desenrolam conflitos bélicos, e como lugares, no presente, que possuem depósitos arqueológicos importantes, apropriados pelas populações atuais como ponto de evocação de memórias. 

As considerações sobre a arqueologia da guerra e do conflito integram o mais novo livro organizado pelo arqueólogo e historiador Pedro Paulo Abreu Funari, docente do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Unicamp. Arqueologia da Guerra e do Conflito (editora Habilis) conta também com a coordenação de Jaisson Teixeira Lino, professor da Universidade Federal da Fronteira do Sul (UFSS). O lançamento acontecerá no dia 9 de outubro no IFCH, campus da Unicamp em Barão Geraldo, Campinas. 

“Como já diziam os gregos antigos, ‘o conflito é o pai de todas as coisas’. Tudo que é humano está envolto em divergência. No caso do Brasil os conflitos foram sempre fundamentais, da luta de portugueses e índios, aos quilombos e Zumbi, para chegar às guerras de Canudos, à ditadura de 1964-1985, sem falar nas manifestações de rua de hoje. A arqueologia tem uma contribuição muito especial, ao não depender de documentos escritos, que nem sempre sobrevivem ao tempo”, contou, por e-mail, Pedro Paulo Funari, sobre a relevância da obra.

O livro, de acordo com ele, aborda casos dos últimos cinco séculos, no Brasil, América Latina e Península Ibérica. Arqueologia da Guerra e do Conflito está dividido em 11 capítulos, escritos por 19 autores, brasileiros e estrangeiros. Importante destacar, conforme Funari, a “participação decisiva da Unicamp, por meio do seu Laboratório de Arqueologia Pública. A instituição tem se dedicado aos aspectos públicos e sociais da ciência arqueológica e o tema do conflito, por sua relevância para o Brasil hoje, mostra a atuação oportuna da nossa universidade”. Os organizadores: Jaisson Lino (esq.) e Pedro Paulo Funari

Na introdução da obra, os organizadores escrevem que o leitor pode encontrar uma diversidade de temas e recortes geográficos e temporais, permitindo uma ampla perspectiva arqueológica sobre o tema das guerras e conflitos. “Essa é a parte da riqueza do volume, pois mostra, também, como tratar de exemplos em diferentes épocas e lugares pode ser frutífero, em termos teóricos e metodológicos”, acrescenta o docente da Unicamp. (Colaborou Maria Alice Cruz)