Evento do Labeurb celebra sucesso
e faz balanço do Projeto Barracão

09/09/2013 - 15:27

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Mesa de abertura de (Com)Viver com Arte(Manhas)

Mesa de abertura de (Com)Viver com Arte(Manhas)

Cristiane Dias pretende dar continuidade ao projeto

Cristiane Dias pretende dar continuidade ao projeto

Fotos de adolescentes dos DICs expostas no Labeurb

Fotos de adolescentes dos DICs expostas no Labeurb

O Laboratório de Estudos Urbanos (Labeurb) da Unicamp celebra o sucesso das atividades do Projeto Barracão, executadas desde 2011 na região dos Distritos Industriais de Campinas (DICs), com o evento (Com)Viver com Arte(Manhas), em que se debate os resultados e desdobramentos nesses dias 9 e 10 de setembro. A iniciativa, que teve apoio do Ministério da Educação (MEC), ofereceu oficinas de cinema, artesanato, informática básica, edição de áudio e vídeo, desenho digital, leitura, contação de histórias, teatro infantil, fotografia e escrita. Mais de 200 moradores desta região carente do município, entre crianças, adolescentes e mulheres adultas participaram das oficinas.

“A ideia do Projeto Barracão surgiu em 2008 de uma conversa com lideranças do núcleo residencial Eldorado dos Carajás, que tinha uma demanda por atividades desse tipo para suas mulheres e crianças. Quando da publicação de um edital do MEC em 2010, submeti um projeto para trabalhar com arte e cultura na região”, recorda a professora Cristiane Dias, coordenadora adjunta do Labeurb e responsável pelo projeto nos DICs. “O objetivo foi produzir outros sentidos para a vida daquelas pessoas, sentidos que elas nem sabiam que eram possíveis, e possíveis realizando coisas muito simples.”

Cristiane Dias conta que as oficinas de fotografia para crianças de 7 a 12 anos, por exemplo, resultaram em uma exposição levada ao Centro de Convenções da Unicamp no ano passado; e as fotos clicadas pelos adolescentes da mesma oficina estão expostas no saguão do auditório do Labeurb durante o (Com)Viver com Arte(Manhas). “Nas oficinas de informática, recebemos cerca de 200 crianças, apesar das condições limitadas, com apenas seis desktops, o que implicou turmas pequenas, muitas vezes com duas crianças por computador.”

Segundo a coordenadora, também foram promovidos inúmeros trabalhos de literatura a fim de trazer o livro para o dia a dia das crianças, com leituras, contação de histórias e criação de histórias próprias recorrendo a fantoches. “Para as mulheres, oferecemos sessões de cinema, sempre seguidas de debates. Não havia um tema específico, apenas conversamos sobre o que o filme tinha a dizer para elas: era um espaço de convivência, assim como as oficinas de artesanato, onde o produto que produziam se tornava secundário.”

A equipe do Projeto Barracão foi composta pelos docentes pesquisadores Eni Orlandi, Greciely Costa e Marcos Barbai; pelos pós-graduandos Vinicius Santos, Andrea Klaczko, André Coelho e Lucas Guedes; pelos graduandos Vinicius Souza Silva e Lígia Rolfsen; pelos alunos do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC-Jr) Giulia Padovan, Carolina Godoy e Rodrigo de Oliveira; pelos colaboradores Silas Sinotti, Cida Grecco, Elizete Azambuja, Ana Paula Camelo, Gabriel Santos, Eduardo Rodrigues, Wagner Cantori e Débora Massmann; e com suporte técnico de Fábio Bastos, Leci Mary, Carlos Bueno de Moraes Filho e Dagmar Moreira.

O prazo de financiamento do projeto expirou, mas Cristiane Dias pretende dar continuidade aos trabalhos. “Minha expectativa é de que outras pessoas assumam o projeto posteriormente, ou melhor, gente da própria comunidade, o que seria a realização do nosso grande sonho: que a partir dos efeitos produzidos no bairro, eles mesmos deem sequência ao que foi construído, como a biblioteca e o espaço para as crianças.”