Simpósio
debaterá a
pesquisa de
fármacos
anticâncer

30/07/2013 - 11:32

O pesquisador João Ernesto de Carvalho

O Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp promoverá nos dias 24 e 25 de setembro, no Centro de Convenções da Universidade, o I Simpósio Ibero-Americano de Investigação em Câncer. O objetivo do evento é fomentar a discussão acerca da pesquisa e do desenvolvimento de novos fármacos anticâncer. As inscrições para o envio de trabalhos podem ser feitas até 15 de agosto. Os critérios devem ser conferidos no site do simpósio, neste link.

De acordo com João Ernesto de Carvalho, pesquisador do CPQBA e organizador do evento, entre os temas que serão debatidos por especialistas de diversas áreas estão aspectos relacionados com a extração, isolamento e identificação de produtos de originem natural (plantas, micro-organismos e organismos marinhos) que possam servir à formulação de fármacos destinados ao tratamento de cânceres. “Também vamos refletir sobre questões relativas à síntese de princípios ativos e a modelos de avaliação in vitro e in vivo da atividade anticâncer”, informa.

Pela própria natureza do simpósio, observa Carvalho, as abordagens em torno dos temas presentes no evento serão necessariamente multidisciplinares. “Vamos contar com a participação de biólogos, químicos, farmacologistas, farmacêuticos e médicos, que atuam em diferentes áreas. Esse diálogo é muito importante, pois não se faz boa ciência nesse segmento sem que haja a junção de diversas competências”, considera.

Um dos palestrantes convidados é o cientista David Newman​, chefe da área de Produtos Naturais do Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos. Além dele, também participarão conferencistas da Espanha, Costa Rica, Panamá, Guatemala, Equador e Brasil. “O simpósio proporcionará a oportunidade para uma maior aproximação entre os pesquisadores desses países, ainda que já existam várias formas de cooperação entre eles”, afirma Carvalho. Segundo ele, o evento é dirigido a pesquisadores e docentes, mas especialmente a estudantes de graduação e pós-graduação. “Queremos atrair gente nova para a pesquisa voltada ao tratamento do câncer”, acrescenta.

Atualmente, cerca de 65% dos medicamentos usados em tratamento quimioterápicos são desenvolvidos a partir de produtos naturais. Os princípios ativos ou foram extraídos ou sintetizados a partir de uma molécula natural. “As plantas ainda são as fontes que mais fornecem substâncias para essa finalidade, inclusive por causa da facilidade de coleta. Entretanto, uma área que vem crescendo bastante é a relacionada a organismos marinhos, principalmente aqueles que pouco de locomovem. Estes costumam sintetizar substâncias tóxicas para se proteger de predadores que eventualmente podem servir à formulação de fármacos anticâncer”, explica.