Sinfônica
estreia
regente nesta
quarta, no
Castro Mendes

15/04/2013 - 13:43

Sinfônica da Unicamp durante ensaio em sua sede

Sob a batuta da regente Cinthia Alireti, a Orquestra Sinfônica da Unicamp (OSU) convida o público a um passeio sonoro e poético no concerto desta quarta-feira (17), às 20 horas, no Teatro Castro Mendes, em Campinas. É a primeira apresentação da nova titular da OSU nesta temporada. O programa marca o Ano da Alemanha no Brasil e traz três mestres alemães do começo do século 20: Anton Webern (Cantata “A luz dos olhos”), Arnold Schoenberg (“Paz na terra”) e Richard Strauss (“Metamorphosen”).

O público poderá conhecer, em primeira audição mundial, “Noturnos”, da jovem compositora Laiana de Oliveira, selecionada pelo Projeto Performance, da Unicamp. Além de raramente executadas, as composições sugerem uma reflexão sobre a música originada de textos poéticos, tanto por seus aspectos sonoros ou mesmo pela imagem que cada palavra guarda em si.



A luz dos Olhos
Composta em 1935 a partir de um texto de Hildegard Jones,  a cantata “A luz dos olhos”, de Webern, ilustra o que acontece quando a luz se infiltra nos olhos do homem e se converte em felicidade tão grande capaz  de levar a alma do homem ao céu. “Esta obra, de pouco mais de cinco minutos, é raramente executada, dada a sua extrema dificuldade de execução”, destaca Cinthia Alireti.

Paz na Terra
Publicada quase 30 anos antes da cantata de Webern, moteto “Paz na Terra”, de Arnold Schoenberg, com texto do poeta suíço Conrad Ferdinand Meyer, foi originalmente escrito para coro a capella.  “Porém, o acompanhamento orquestral, providenciado pelo compositor para o auxílio da afinação das vozes, surpreende por sua orquestração não-convencional de uma peça tonal, baseada em melodia de timbres, ou seja, os instrumentos não possuem função melódica e sim contribuem para a construção de uma única melodia”, observa a regente.

Considerada como a única obra de inspiração cristã escrita por Schoenberg, os conflitos harmônicos representam a violência e indignação gerados pelas guerras contraposto pelo canto dos anjos que pregam a paz na terra.

Noturnos
Como interlúdio entre as duas peças corais, os quatro pequenos “Noturnos” de Laiana de Oliveira, selecionada para o Projeto Performance, compartilha da curta duração da cantata “A luz dos olhos”, e atua como uma reflexão sobre as técnicas vocais tradicionais, tendo como cenário o momento da escuridão da noite, dessa vez iluminado pelos reflexos sentimentais de um protagonista.

Ninguém se conhecerá por si só
Terminada em abril de 1945, “Metamorphosen”, de Richard Strauss, permaneceu muito tempo “mal interpretada pelos musicólogos como um lamento à destruição do teatro de ópera de Munique, durante a Segunda Guerra Mundial”, conta Alireti. No entanto, novas pesquisas, baseadas na análise dos manuscritos de Strauss, confirmam que o compositor “teria na verdade tomado como ponto de partida o rascunho do seu madrigal inspirado na poesia de Goethe “Niemand wird sich selber kennen” (Ninguém se conhecerá por si só). “Quase como um manifesto filosófico existencialista, essa obra para 23 cordas solistas oferece a trajetória de figuras musicais assumindo diferentes roupagens harmônicas e significados, assim como o processo de autoconhecimento que o homem experimenta a cada dia”, filosofa.

Serviço
Concerto da Orquestra Sinfônica da Unicamp
Regente: Cinthia Alireti
Quando: quarta-feira (17)
Horário: 20 horas
Local: Teatro Castro Mendes (Praça Corrêa de Lemos, s/n. Vila Industrial. Campinas)
Informações: 19-3272-9359
Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Ingressos à venda na bilheteria do teatro
Funcionamento da bilheteria: terça a domingo, das 16 às 21 horas

Repertório
Laiana de Oliveira – “Noturnos”
Anton Webern – Cantata “A luz dos olhos” (Das Augenlicht)
Arnold Schoenberg – “Paz na terra” (Friede auf Erden), op.13
Richard Strauss – “Metamorphosen”

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