Independentemente da área do conhecimento a que pertença, a Fapesp valoriza a pesquisa que contribui para que a humanidade fique mais sabida. A afirmação foi feita na tarde desta quarta-feira (13) pelo diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Carlos Henrique de Brito Cruz, durante aula inaugural do programa de doutorado em Ambiente e Sociedade, oferecido pelo Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam) da Unicamp. A conferência de Brito Cruz teve por tema “A Fapesp e Desafios e Oportunidades em Pesquisas Ambientais”.

A Fundação, conforme o seu diretor científico, trabalhou no ano de 2010 com um orçamento de US$ 503 milhões. Dos recursos destinados à pesquisa, um terço normalmente é reservado ao financiamento de bolsas de estudos. Na área ambiental, informou Brito Cruz, a Fapesp tem fomentado diversas investigações. Ele destacou três programas, que, considerou, têm dado resultados muito positivos não somente em relação à geração de conhecimento novo, mas também na formação de recursos humanos qualificados: Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (Biota), Programa de Pesquisa em Bioenergia (Bioen) e o Programa de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais.

Embora tenha destacado a importância dos estudos desenvolvidos nessa área, o diretor científico da Fapesp advertiu que os artigos de brasileiros sobre ambiente e ecologia ainda têm gerado pouco impacto na comunidade científica mundial. “Ou seja, ainda não estamos criando ciência que tenha mais importância do que a melhor ciência feita no mundo”.

Para mudar essa situação, Brito Cruz sugeriu algumas medidas como lição de casa aos cientistas dessas áreas. Segundo ele, os pesquisadores brasileiros precisam publicar mais, preferencialmente em inglês, para que seus artigos possam ser conhecidos no mundo. “Além disso, também é preciso buscar cada vez mais a interdisciplinaridade e a colaboração com outros cientistas, tanto no plano nacional quanto internacional”, recomendou.

Participaram da mesa de abertura da aula inaugural a coordenadora do programa de doutorado em Ambiente e Sociedade, Leila da Costa Ferreira; o pró-reitor de Pós-Graduação, Euclides de Mesquita Neto; a coordenadora de pós-graduação do Instituto de Filosofia de Ciências Humanas (IFCH), Fátima Regina Évora; e o coordenador do Programa Biota-Fapesp, Carlos Alfredo Joly.

Brito Cruz profere aula magna aos alunos do Programa de Pós-graduação do DPCT/IG