A Galeria de Arte da Unicamp abriga até 13 de março a exposição Ciao, composta por trabalhos de alunos da última turma da disciplina Laboratório de Desenho do Curso de Artes Visuais do curso do Instituto de Artes. Sob orientação da professora Lygia Eluf, os estudantes expõem obras que indicam o caminho a ser seguido por eles no campo das artes.

Desenhos, manipulação digital e fotografias compõem o ambiente da galeria até o dia 13, quando, às 14 horas, será lançado um livro contendo imagens das obras acompanhadas de textos redigidos pelos próprios artistas. A edição e a editoração são do filósofo formado pela Unicamp Vladmir, aluno de mestrado do IA.

Além de indicar a escolha dos artistas, os trabalhos mostram a evolução promovida pelas discussões dentro da disciplina. Para Fábio Lopes, a experiência acadêmica ajudou a refletir sobre seu processo criativo, a partir do momento em que o artista, selecionado em prova de aptidão, se abre para receber observações sobre seu trabalho. Diante dos desenhos compostos durante o sono de seus irmãos, ele conta como este processo criativo foi repensado a partir de observações de seus mestres na academia. “Cada professor acrescenta uma camada de conhecimento sobre meu desenho e isso só aprimora meu processo criativo. Eles me ajudaram, por exemplo, a pensar no branco do desenho, aspecto ao qual eu não atentava. Melhor coisa que fazemos é discutir, de forma aberta, e temos de estar abertos a receber observações”, declara Fábio.

Yeda Endrigo também bebeu da fonte da Unicamp, apesar de se dedicar à escultura antes de ingressar na graduação em artes visuais. Dentro da disciplina, decidiu pelo desenho, mas admite que seu traço era muito técnico e linear. Hoje, ao olhar para sua tela, o desenho, que é a base do trabalho, nem aparece, mas sim um resultado de cores e formas. “O desenho é só a ideia, uma figura muito pequena, que vou ampliando com outras formas”, declara.

Para Thales Lira, a academia é um espaço que propicia a discussão, e a disciplina Laboratório de Desenho permite refletir sobre o próprio trabalho e o trabalho do outro.

Para Thiago Fernandes, a mostra coletiva estimula o trabalho coletivo dentro e fora da Universidade. Na preparação da exposição, o artista-aluno começa a ter noção do que é produzir uma exposição, desde a concepção até a montagem e a abertura. ”É também um momento em que podemos ouvir a opinião do outro sobre nosso trabalho, ou até mesmo correr atrás de espaço, confecção de cartazes e convites”, diz Fernandes.