Bárbara Clemente, de São Paulo, foi a primeira aluna a deixar a sala de aula nesta segunda-feira (21), após a prova de aptidão em Artes Visuais. O teste da tarde foi de Desenho. A impressão da jovem foi muito positiva, definiu ela. Saiu aliviada demonstrando que, em seu entender, o exame não foi demasiadamente dífícil, mas que não deixou de ter uma certa complexidade sobretudo pelo fato de ter que cumprir as habilidades exigidas.

A candidata informou que as questões lhe pareceram justas e que o apoio dos professores dentro da classe o tempo todo lhe trouxe alento para realizar as três tarefas: desenhar uma planta que estava em sua mesa - a Chaemedorea (palmeira de interior) -, levando em conta um elemento muito importante: o seu nível de observação; fazer a estilização desse modelo e, depois, efetuar a síntese máxima, envolvendo a invenção e ter que colorir o único desenho do exame. Nesta prova, dos 97 candidatos, apenas 71 compareceram. Houve 26 ausências. Uma das justificativas, pondera o diretor das provas Antonio Carlos Rodrigues, o Tuneu, é que as universidades federais anteciparam os resultados, o que pode ter provocado a abstinência de 30% dos candidatos.

Sem notícia da filha Manuela, 17 anos, Thaís Forato aguardava a filhota do lado de fora do Instituto de Artes (IA). Deixou São Paulo no domingo, ajeitou um hotel para propiciar à filha um ambiente mais próximo da Universidade. Hospedaram-se na Casa do Professor Visitante, exatamente dentro da Universidade. Sua impressão é de que Manuela se sairá bem. "Ela é estudiosa, superaplicada e está esperançosa em ingressar neste curso", um dos melhores em sua opinião. Apesar de não ter feito cursos na área de Desenho, desde a sua preparação para o Vestibular, passou a desenhar com mais frequência, sempre pedindo palpites para aprimorar o trabalho concretizado. Manuela passou no curso da Escola de Belas Artes, mas preferiu não se inscrever. Quer mesmo estudar na Unicamp, relatou a mãe, que é professora universitária do curso de Física da Unifesp. 

Tuneu comentou que somente o curso de Artes Visuais da Unicamp programa três dias de provas. A ideia é chegar a uma melhor avaliação dos candidatos. As provas de aptidão do curso de Artes Visuais começaram nesta manhã com a prova de conhecimento em História da Arte. A prova de Desenho começou às 14 horas e teve duração de 3,5 horas. Nela serão considerados itens como a criatividade do candidato no uso do espaço no papel e sua sensibilidade para as cores, por exemplo.

Tuneu está há sete anos como diretor de prova desse curso no Vestibular Unicamp e responde que a coesão do grupo explica a sua permanência com o mesmo grupo há um bom tempo. Cerca de 15 pessoas trabalham na operação deste ano e a elaboração das provas gastou sete meses de preparo.

O curso de Artes Visuais tem quatro anos de duração. Há três anos era chamado curso de Artes Plásticas. Oferece Licenciatura e Bacharelado. Daqui saem grandes talentos, garante Tuneu. O curso forma profissionais para as artes visuais, para as artes plásticas, para os museus, para a área de História da Arte e para lecionar.

Veterana do curso de Artes Visuais, Isabelle Ferrão, 19 anos, passou pelo Vestibular Unicamp no ano passado. Está no segundo ano do curso e relata guardar muitas recordações do primeiro ano. Segundo ela, o Instituto de Artes (IA) é um instituto muito receptivo e o curso muito prazeroso. Acredita já ter evoluído em seus traçados. A maior dificuldade para uma parte dos candidatos, revela ela, é mudar de ambiente e de cidade. Isso até se acostumar com a rotina universitária. Amanhã, contou, ela e um grupo de veteranos virão dar as boas-vindas aos candidatos, que realizarão entrevistas e mostrarão seus portifólios.