Arte dos acervos e árvores
do campus em dois livros

12/11/2012 - 09:13

Detalhe dos livros sobre acervos e árvores do campus

Por iniciativa da Reitoria da Universidade, serão lançados em breve dois livros que retratam aspectos do campus da Unicamp em Campinas. Um deles, 'Coleções de Arte de Unicamp', mostra parte de um conjunto de mais de 2 mil peças de acervos espalhadas por diferentes locais. Já 'Árvores do Campus da Unicamp' mostra 87 espécies nativas do Brasil encontradas na Universidade. As duas publicações, produzidas pela Editora da Unicamp, terão distribuição institucional.

Coleções de Arte da Unicamp descortina
história contida em acervos da Unicamp
Alunos de graduação da Unicamp viram a arte se desvendar aos poucos, a cada visita que faziam para levantamento encomendado pela artista Lygia Acuri Eluf e pela historiadora da arte Cláudia Valladão de Mattos.  Perceberam que as artes visuais, na Unicamp, extrapolam as estruturas do Instituto de Artes (IA). Além do acervo construído pela Galeria de Arte, hoje pertencente ao Museu de Artes Visuais da Unicamp, a instituição abriga cerca de 2 mil peças distribuídas em arquivos, centros de pesquisa, institutos, faculdades e hospitais. Parte desse conjunto estará representada no livro  'Coleções de Arte de Unicamp'.

Sob organização das professoras do IA Lygia e Claudia, o livro contém coleções de cinco acervos da Universidade (Museu de Artes Visuais, Centro de Memória da Unicamp, Sistema de Arquivos, Centro de Documentação Alexandre Eulálio e Centro de Gravuras). “A Unicamp tem acervos impressionantes que as pessoas desconhecem”, diz Lygia. A proposta inicial, segundo a organizadora, era fazer levantamento de acervos artísticos da universidade para a elaboração de um catálogo de referência que fosse importante não somente para a comunidade da Unicamp, mas também para pesquisadores externos. O número, porém, surpreendeu as artistas, que, para atender ao formato da publicação, precisaram estabelecer critérios de seleção.

Todas as obras foram analisadas por elas e pelos alunos, mas o tombamento foi o primeiro critério de seleção das obras que deveriam compor o livro. Em seguida, um segundo recorte selecionou obras e artistas mais significativos para uma publicação com a missão de retratar as coleções da Universidade. No projeto gráfico do livro, a reprodução dessas obras é acompanhada de biografia e comentário. “Tínhamos um limite de espaço gráfico, então tivemos um trabalho de quase três anos para definir, entre mais de 2 mil peças, o que deveria entrar para o livro”, declara Cláudia.


A arte contida em diferentes unidades e em arquivos enganou até mesmo as artistas organizadoras do livro, que confessam ter se surpreendido com a quantidade e qualidade de peças acolhidas na academia. A “garimpagem”, segundo Cláudia, se reverteu em informações importantes quanto à riqueza das coleções, a diferença na qualidade dos acervos e a importância de uma política para conservação dos acervos artísticos da Universidade. 


Para Cláudia, o trabalho revela que, mesmo não tendo feito política de aquisição de obras, a Universidade adquiriu algumas coleções importantes. “São coleções que merecem ser preservadas, divulgadas, cuidadas e, se possível, ampliadas.” Em sua opinião, ao divulgar um catálogo de coleções, a Unicamp atrai a atenção de colecionadores em busca de uma instituição para a qual possa doar seu acervo.

As mãos doadoras de artistas que passaram pela Unicamp contribuíram para a construção deste grande acervo. A cada exposição, a Galeria de Arte da Universidade solicitava ao expositor que doasse uma de suas obras para a constituição de um acervo. As primeiras doações foram feitas por artistas do Grupo Vanguarda de Campinas. Hoje, as obras fazem parte do acervo do Museu de Artes Visuais (MAV) da Unicamp. Para Lygia, a publicação é uma forma de prestar conta a esses artistas doadores. “É uma oportunidade de a instituição dar um retorno para esses autores”, enfatiza Lygia.

Jorge Yoshio Tamashiro
e as Árvores do
Campus da Unicamp

No ângulo da janela, elas desalinham uma fileira em vários tons de verde. Entrelaçadas, as copas são iluminadas pelo azul ainda que acinzentado de uma sexta-feira com ares de chuva eminente. Muitas pessoas têm essa paisagem ao olhar pela janela ou pela porta da repartição, mas não percebem. Para muitos contempladores, o verde misturado às edificações é somente um conjunto de copas, para outros, são as Árvores do Campus da Unicamp, com diferenças no nome, nos hábitos, nos ramos, nos frutos, nas sementes, nas flores e até nas inflorescências. Porque muitas precisam de condições adequadas para florescer, conforme o especialista em florística e professor do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp Jorge Yoshio Tamashiro. Suas observações sobre 87 espécies nativas do Brasil encontradas na Universidade, onde chegou ainda garoto para fazer graduação em biologia, estão impressas no livro.

Árvores do Campus da Unicamp não é um livro feito para um diálogo com pares, apoiado em vastos textos com discurso acadêmico, mas explora o discurso da imagem, por inteiro, por detalhes, pelas copas, pelas flores. Acompanham cada imagem informações sobre família, nome popular e as localidades de ocorrência no campus e mapa geopolítico de ocorrência natural.

A proposta é mostrar aos frequentadores do campus quem são as espécies que não abrem mão de se avizinhar diariamente e não arredam pé, a não ser que um desavisado as intercepte. “Queremos mostrar à comunidade da Unicamp e aos visitantes quem são essas espécies que compõem o paisagismo da Unicamp. É para o povo. A opção por publicar um livro somente de imagens permite que as pessoas saibam identificar as árvores que estão contemplando As pessoas precisam saber de quem se tratam”, diz Tamashiro.

Foi desse jeito, tentando mostrar a importância de olhar para as plantas do campus, que “pinçou” do serviço administrativo o ex-patrulheiro mirim do Departamento de Botânica João Carlos Galvão e o estimulou a observar em plano geral, em plano detalhe, plongée (de cima para baixo) e contra plongée as espécies que formam a paisagem que hoje se mistura com as edificações da Universidade. O livro, do qual João (o Joãozinho) é coautor ao lado dos ex-alunos do IB Silvia de Melo Futada e André Fábio Monteiro, é resultado de mais de dez anos de pesquisa de campo, um trabalho meticuloso no qual foram identificadas mais de 500 espécies arborescentes, segundo Tamashiro. “Um dia publicarei sobre todas elas”, declara.

Quando ingressou no curso de graduação em biologia, em 1971,Tamashiro não se imaginava um especialista em botânica. Hoje, em suas viagens de passeio ao lado da esposa, que também é professora no IB, não consegue passar por uma árvore sem lançar um olhar técnico. “São 30 anos olhando plantas em vários lugares do Brasil, impossível não olhá-las como especialista.”

 

Comentários

ÁRVORES DO CAMPUS DA UNICAMP, parabéns pela inciativa! em tempos de destruição do planeta!
Por gentileza, socilito mais belas iniciativas deste gênero.

Email: 
medeiros.silvio@yahoo.com.br

Parabéns pela iniciativa! A preservação da memória da Unicamp está garantida com inciativas como estas. Os dois livros certamente projetarão a Unicamp a uma esfera aina maior.

Excelente. Parabéns, querido Tama (e obrigada querido filhote Gustavo Shimizu por me mostrar a reportagem). Sddes d vcs e dessa UNICAMP q todos amamos. Bjks

Parabéns, Tamashiro! Houve festa de lançamento? Quero o meu autografado!
Beijos,
Thaty

Email: 
nivanaus@yahoo.com.br