Angelo d’Orsi, da Università Degli Studi
di Torino, fala sobre Gramsci na FE

27/08/2012 - 14:10

Angelo d'Orsi é Professor de História do pensamento político contemporâneo

O pensamento socialista do filósofo Antonio Gramsci é muito vívido ainda hoje, 75 anos após a sua morte (em 1937), e influenciou seguidores do mundo todo. Angelo d’Orsi, da Università Degli Studi di Torino, Itália, é um deles, que se tornou um dos expoentes dos estudos gramscianos. Ele virá à Faculdade de Educação (FE) da Unicamp na sexta-feira (31), onde ministrará, às 14h30, a conferência "Gramsci educador”. O evento será no salão nobre da FE. Esta é a primeira visita de Angelo à Faculdade, mas, desde julho último, ele ministra dois cursos no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH).

A conferência é aberta aos interessados, sobretudo aos alunos de pós-graduação. A realização é do Grupo de Estudos e Pesquisas em Filosofia da Educação (Paidea), com organização do professor da FE Renê Trentin Silveira, também estudioso do pensamento de Gramsci e a educação e ensino de filosofia. Por este motivo, e por conhecer bem Angelo, Renê acredita que o encontro com o historiador será muito proveitoso e esclarecedor.

Segundo o docente, ele foi inclusive supervisionado por Angelo num projeto da Fapesp de pós-doutorado na Università de Torino, local em que Gramsci estudou e aderiu ao socialismo, em 1915. 

Para o educador, Gramsci foi uma inestimável contribuição à leitura dialética do pensamento marxista. “Ele tentou romper não somente com a leitura positivista, mas valorizou muito a intervenção política no âmbito da educação. Por isso Gramsci continua muito atual e sua visão auxilia a compreensão de vários  aspectos da educação contemporânea”, diz. Parte de sua obra tem como guardiã a Fundação Instituto Gramsci de Roma, instituição para qual pesquisadores de Gramsci acorrem a fim de se inteirar a respeito do contexto do conjunto de sua obra.

Biografia do conferencista

Angelo é professor de História do Pensamento Político na Faculdade de Ciências Políticas da Universidade de Turim. É fundador da História Magistra – Associação pelo Direito à História, entidade que preside, e do FESTIVALSTORIA, do qual é diretor. É presidente do Comitê Científico da Fundação Salvatorelli, membro da Comissão pela Edição Nacional da Obra di Antonio Gramsci, e da Comissão pela Edição Nacional da Obra de Antonio Labriola. 

O historiador dirige os Cadernos de História da Universidade de Torino e a Série Pequenas Histórias da editora Nino Aragno (Torino). É responsável pela série Norberto Bobbio do Departamento de Estudos Políticos e colabora com inúmeras revistas científicas e com o jornal La Stampa. Foi professor convidado de diversas universidades parisienses.

Ele ocupa-se da história das ideias, com particular interesse pelas ideias políticas, história da cultura e dos intelectuais. Dedica-se também a questões de metodologia, de história e de historiografia, disciplina que ministra tanto na Faculdade de Ciências Políticas quanto na Faculdade de Letras e Filosofia de sua universidade.

Há anos, dedica-se ao estudo de Gramsci, autor sobre o qual produziu numerosos ensaios, artigos, capítulos de livros e antologias. Concebeu e dirige a BGR, Bibliografia Gramsciana Ragionata, obra prevista em três volumes. Em sua vasta bibliografia, encontram-se títulos como La nostra città futura. Scritti torinesi (1911-1922) (Editora Carocci, Roma, 2004) (org.); Gli anni di Gramsci a Torino, Fondazione Gramsci, Roma 2004. Il nostro Gramsci (2011), Roma, Editora Viella (org.) e, mais recentemente, Antonio Gramsci, Scritti dalla libertà, Roma, Editora Riuniti, este último figura como coorganizador ao lado de Francesca Chiarotto.