Shechtman fala sobre estudo
que lhe rendeu o Nobel

01/08/2012 - 17:00

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Dirigentes da Unicamp com Daniel Shechtman

Dirigentes da Unicamp com Daniel Shechtman

Reitor Fernando Costa e Daniel Shechtman

Reitor Fernando Costa e Daniel Shechtman

Daniel Shechtman ministra palestra no Consu

Daniel Shechtman ministra palestra no Consu

O israelense Daniel Shechtman, ganhador do Prêmio Nobel de Química de 2011, ministrou conferência na tarde desta quarta-feira (1°) na sala do Conselho Universitário (Consu) Unicamp. O cientista falou para uma plateia formada por dirigentes, professores, estudantes e funcionários da Universidade. A descoberta dos quase-cristais, feito que lhe rendeu reconhecimento mundial, constituiu o tema central da sua palestra, que foi transmitida ao vivo pela internet. Shechtman é físico de formação e está vinculado ao Instituto de Tecnologia de Israel, em Haifa.

[Veja entrevista produzida pela RTV com Daniel Shechtman e o professor do IQ Ronaldo Pilli]

O cientista israelense chegou à Unicamp pela manhã, quando foi recebido pelo reitor Fernando Costa e por integrantes da Administração Central. No encontro, o reitor fez uma breve apresentação da Unicamp ao visitante, destacando alguns aspectos da estrutura e dos indicadores de produtividade da instituição. Em seguida, o descobridor dos quase-cristais visitou, na companhia do cônsul-geral de Israel em São Paulo, Ilan Sztulman, a Agência de Inovação Inova Unicamp.

Durante a conferência, Shechtman fez um breve histórico dos estudos feitos na área da cristalografia, ciência que pesquisa a disposição dos átomos em sólidos. Ele também destacou as dificuldades que teve para dar prosseguimento às suas investigações, por serem consideradas não convencionais pela comunidade científica. Mesmo depois de ter confirmado a existência dos quase-cristais, seguiu enfrentando o descrédito por parte de muitos colegas. Um dos críticos mais contundentes, lembrou, foi químico Linus Pauling, laureado duas vezes com o Nobel.

Somente depois de alguns anos e de muita persistência, disse Shechtman, foi que finalmente a comunidade científica aceitou os seus resultados, que indicavam que os átomos poderiam se organizar em um padrão que não se repetia, contrariando assim a crença de que teriam sempre um arranjo simétrico. Em 1992, a União Internacional de Cristalografia alterou a sua definição sobre o que é um cristal, admitindo consequentemente a descoberta dos quase-cristais. Atualmente, esses materiais têm inúmeras aplicações, que vão de utensílios domésticos a motores a explosão.