Uma análise profunda sobre as implicações do regime de progressão continuada instituído no Estado de São Paulo rendeu a professora Débora Cristina Jeffrey, da Faculdade de Educação (FE) da Unicamp, o Prêmio Fundação Bunge 2012. A jovem docente da Unicamp desenvolve, atualmente, pesquisa como professora visitante na Universidade de Córdoba, na Argentina. Ela foi contemplada com os relevantes estudos sobre avaliação educacional na categoria Juventude. 

“Estou muito feliz com o prêmio. É o reconhecimento de todo um trabalho que eu estou desenvolvendo na Faculdade de Educação (FE) desde a minha graduação. É uma distinção de dimensão nacional”, contenta-se a agraciada. Débora Jeffrey receberá o prêmio – um diploma, medalha e R$ 50 mil – no dia 2 de outubro, no Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. Também foram contemplados Malaquias Batista Filho, professor emérito da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE); José Francisco Soares, professor titular aposentado da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Fernanda Abadio, docente da Universidade Federal do Tocantins (UFT). 

Desde 1996, quando iniciou sua graduação na Unicamp, Débora Jeffrey desenvolve pesquisa científica sobre o regime de progressão continuada, implantando em 1998 no ensino fundamental da rede estadual. “Naquele momento, desde o processo de implementação do sistema eu já estava nas escolas públicas pesquisando esta temática. Num primeiro momento, ainda na graduação, fiz uma análise sobre os impactos desta medida na relação entre professor e aluno e, consequentemente, no processo de ensino e aprendizagem. A pesquisa teve prosseguimento com o meu mestrado, analisando as políticas no Estado de São Paulo. Depois se transformou numa tese de doutorado que, ao final, foi publicada em livro”, conta a docente, referindo-se à obra O regime de progressão continuada: o caso paulista (1998 - 2004), publicado pela Editora da Unesp em novembro do ano passado. 

A professora da Unicamp concorreu com outros 171 pesquisadores indicados por universidades e entidades de todo o país para a edição 2012 do Prêmio Fundação Bunge. O número de indicações bateu o recorde em 57 anos de existência do prêmio, informou a comissão organizadora. Os agraciados foram escolhidos por um Juri formado por representantes de entidades científicas e reitores das principais universidades brasileiras. 

Prêmio
Criado em 1955 pela Fundação Bunge, o Prêmio visa incentivar a inovação e a disseminação de conhecimento. É concedido anualmente a personalidades de destaque em diversos ramos das ciências, letras e artes no país. Está dividido em duas categorias: Vida e Obra, em reconhecimento à obra consolidada de um especialista; e Juventude, que premia jovens talentos.