Patrimônio educativo é tema para três dias de discussão em Simpósio Ibero-Americano na FE

28/05/2012 - 17:00

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Maria Cristina Menezes: é hora de pensar em políticas públicas

Maria Cristina Menezes: é hora de pensar em políticas públicas

Simpósio Ibero-Americano réune especialistas em preservação

Simpósio Ibero-Americano réune especialistas em preservação

Pedro Funari e as atividades do Laboratório de Arqueologia Pública

Pedro Funari e as atividades do Laboratório de Arqueologia Pública

Pesquisadores do Brasil, Argentina, México e Espanha estão participando do 1º Simpósio Ibero-Americano História, Educação, Patrimônio Educativo, na Faculdade de Educação (FE) da Unicamp. O evento, que foi aberto nesta segunda-feira e prossegue até quarta, é organizado pelo Civilis – Grupo de Estudos e Pesquisas de História da Educação, Cultura Escolar e Cidadania da FE. “Os convidados internacionais são pesquisadores que têm investido na preservação de patrimônio histórico escolar, recuperando e organizando documentos antigos das bibliotecas e arquivos de escolas centenárias de seus países”, afirma a professora Maria Cristina Menezes, organizadora do encontro.


A organização do simpósio aceitou um máximo de 30 trabalhos, a fim de permitir que os inscritos participem de todas as sessões e debates. A ideia é aprofundar a discussão sobre os aspectos metodológicos da documentação de acervos históricos pedagógicos e os desafios da preservação do patrimônio escolar, bem como propiciar o intercâmbio de pesquisadores de diferentes nacionalidades que estudam a escola a partir da sua cultura material. Espera-se, ainda, a formação de um fórum qualificado de reflexão que contribua na elaboração de políticas públicas para preservação e difusão dos acervos.

“Queremos começar a pensar políticas públicas em nível estadual e também federal no Brasil. Enquanto na Argentina, por exemplo, existe um projeto nacional de arquivos escolar, assumido pelo Ministério de Educación de la Nación, aqui as iniciativas são esparsas, financiadas por órgãos como Fapesp e CNPq. Não temos uma rede que integre os pesquisadores, nem políticas públicas para abrigá-los e lhes dar apoio. E já está na hora, pois trata-se de um material que corre o risco de se perder caso não seja recuperado com rapidez”, critica Maria Cristina Menezes.

A professora da FE informa que, em Campinas, o Civilis vem trabalhando há 10 anos na recuperação de acervos como da antiga Escola Normal, que completou 100 anos em 2003, do primeiro grupo escolar da cidade (atual Francisco Glicério, de 1897) e do Colégio Culto à Ciência (ais antigo, de 1873). “Estamos investindo na recuperação não só de documentos, mas de livros e de material museológico”, acrescenta a organizadora do evento que ocorre também no âmbito da Rede Ibero-Americana para a Investigação e a Difusão do Patrimônio Histórico Educativo (Ridphe). “A Ridphe já congrega cerca de 200 investigadores do Brasil, América Latina e Europa. E deveremos ter um segundo simpósio na Argentina”, adianta Maria Cristina Menezes.

Um dos palestrantes do primeiro dia do encontro foi o professor Pedro Paulo Funari, que discorreu sobre as atividades do Laboratório de Arqueologia Pública da Unicamp. “O tema patrimonial tem sido muito desenvolvido no Brasil e no mundo, mas a grande mudança está no trabalho com a comunidade: cuidar da preservação não apenas por técnicos, estudiosos e profissionais de museus, mas em cooperação com as populações locais, que assim também podem gerir o seu patrimônio. Em nosso laboratório, temos uma série de programas de inclusão social.”