Ciência sem Fronteiras é 'case' mundial de sucesso, diz Capes

08/05/2012 - 16:50

Para Márcio de Castro Silva Filho, o CsF deve transformar o ambiente acadêmico do país

“O Programa Ciência sem Fronteiras virou um caso internacional de sucesso e, inclusive, vem sendo copiado por outros países. Realmente, deve transformar o ambiente acadêmico brasileiro”, afirmou o professor Márcio de Castro Silva Filho, diretor de Relações Internacionais da Capes, antes de conceder palestra na I Semana Unicamp sem Fronteiras, no Centro de Convenções. “O programa surpreendeu a todos pelo alcance que conseguiu e também pelo número de estudantes brasileiros que está enviando para diversos países.”

Segundo Márcio de Castro Silva, as primeiras chamadas da Capes e do CNPq foram para instituições dos Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Alemanha e França, mas o último edital, que acaba de ser encerrado, envolveu mais sete países, totalizando doze. “Deveremos terminar o ano com aproximadamente 20 mil bolsistas colocados em instituições de ensino e pesquisa no exterior. É um grande feito e, em termos de escala, uma iniciativa sem precedentes no Brasil, ainda mais em tão pouco tempo.”

O diretor da Capes informou que um grupo de graduandos já embarcou e o contingente maior viajará entre junho e setembro (mês em que começa o ano letivo nas universidades do hemisfério norte). O embarque em três momentos está relacionado com o nível de conhecimento da língua onde o bolsista vai estudar. “Quem sair em junho terá a oportunidade de aulas de reforço para aprimorar a língua, por um período de dois ou três meses.”

Convidado a falar sobre as perspectivas do CsF para os próximos anos, Márcio de Castro lembrou que o programa está estruturado para conceder 101 mil bolsas – 75 por parte do governo federal e 26 mil da iniciativa privada. “Este primeiro contingente é de alunos de graduação, mas já temos editais abertos para pós-graduação, pós-doutorado e pesquisadores, que terão condições de viajar no semestre seguinte.”

O diretor da Capes lembrou, também, que o CsF é uma resposta de Dilma Rousseff ao desafio de Barack Obama. “Ele disse que havia 130 mil chineses e 100 mil indianos estudando nos Estados Unidos e perguntou por que o Brasil não mandava 100 mil brasileiros para lá. Então, foi criado o Ciência sem Fronteiras. Um diferencial é que os estudantes chineses e indianos são sustentados por suas famílias, enquanto os nossos participam de um programa de governo.”

A organização da I Semana Unicamp sem Fronteiras está trazendo representantes do Programa CsF do Canadá, Portugal, Reino Unido, EUA, Espanha, Holanda, França e Austrália para expor as oportunidades de intercâmbio oferecidas por seus países. Na programação desta terça-feira estavam palestrantes de Portugal e do Reino Unido. Os horários das 12h30 e das 17h30 foram pensados para permitir maior participação dos alunos dos cursos diurnos e noturnos.

“O Programa Ciência sem Fronteiras é uma grande oportunidade para que estudantes brasileiros façam cursos em Portugal, conheçam nosso país e tenham experiências em áreas diversas”, disse Maria Fernanda Nunes Miranda, chanceler do Consulado-Geral de Portugal em São Paulo. “Para Portugal, é uma situação extremamente positiva para que cada vez mais brasileiros procurem por nosso país e a nossa infraestrutura no âmbito da cultura e do conhecimento, ressaltando principalmente os laços históricos e o bom entendimento político entre os dois países”, acrescentou Paulo Machado, diretor de Turismo do Consulado.

O professor Euclides de Mesquita Neto, pró-reitor de Pós-Graduação da Unicamp, observou que a Universidade já tinha dado início a um plano de internacionalização, conseguindo um acréscimo significativo de adesão dos seus quadros, e que o programa do governo federal surgiu como forte elemento para viabilizar esta mobilidade. “Saudamos o Ciência sem Fronteiras, que vem destravar alguns aspectos, em especial o intercâmbio de graduação, já que na pós-graduação e no pós-doutorado já havia acolhida em termos de financiamento. Estamos organizando esta Semana para que os alunos entendam quais são as oportunidades de intercâmbio e encorajar a participação”.