Pagu lança projeto que avaliará instituições
de ensino superior da América Latina

23/04/2012 - 16:50

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Abertura do evento no IFCH

Abertura do evento no IFCH

Participantes do evento no IFCH

Participantes do evento no IFCH

O Núcleo de Estudos do Gênero (Pagu) da Unicamp lançou, nesta segunda-feira, o projeto Medidas para a Inclusão Social e Equidade em Instituições de Ensino Superior na América Latina (Miseal). Os trabalhos serão financiados pelo Projeto Alfa 3, financiado pela Comunidade Europeia, e terá entre seus coordenadores a Unicamp, representada por pesquisadores do Pagu, de acordo com Karla Bessa, pesquisadora do núcleo.

Os estudos avaliarão 12 instituições de ensino superior da América Latina para conhecer e propor melhorias de condições de acesso, permanência e mobilidade das pessoas pertencentes a grupos pouco favorecidos ou vulneráveis, segundo a pesquisadora. Até dia 27, pesquisadores de universidades latino-americanas e europeias concentram-se na Unicamp para realizar reuniões de trabalho. Participam representantes da Universidade Livre de Berlim, da Universidade de Buenos Aires, da Universidade Autônoma de Barcelona, da Flacso (Guatemala), da Universidade Nacional da Colômbia, Flacso (Chile), da Universidade Nacional da Costa Rica, da Universidade Autônoma do México, da Universidade de Lodz (Polônia), da Universidade Centroamerica (Nicarágua), da University of Hull (Inglaterra), da Flacso (Uruguai), da Universidade Católica do Peru, da Flacso (Equador) e da Universidade de El Salvador.

Karla acredita que os resultados devem contribuir para melhorar as estratégias e os mecanismos de acesso ao ensino superior, já que aborda também questões de gênero, diversidade sexual, etnia, nível socioeconômico, idade e incapacidade. “A ideia é fazer um levantamento, conhecer fraquezas e limites de ações já existentese apresentar propostas melhoria”, explica. Para Karla, a participação da Unicamp é muito importante por se tratar de uma das instituições de ensino com um conjunto de ações de inserção de grupos anteriormente excluídos. Por se tratar de um dos primeiros ambientes universitários do País a se dedicar a estudos de gênero, desde sua fundação em 1993, o Pagu terá participação valiosa no projeto, na opinião de Karla Lessa.

Além de discutir as propostas, o Miseal tem entre seus objetivos gerais a capacitação de pessoal universitário; a formação de especialistas em inclusão social e equidade; a ampliação de laços entre as instituições de ensino superior e outros atores da sociedade civil e a formação de uma rede de universidades europeias e latino-americanas. A proposta é trocar experiências e aproveitar processos de sinergia. Os pesquisadores também pretendem transnacionalizar as propostas para garantir a aplicabilidade em nível local. Segundo a pesquisadora, várias estratégias para a inclusão social e a equidade foram localmente desenvolvidos e suportados por políticas públicas já implantadas nas instituições de ensino superior, promovendo mudanças substanciais na taxa de matrícula e composição de suas populações diversas.

“Essas ações, porém, não têm sido capazes de desenvolver-se adequadamente devido à falta de informações sobre processos de exclusão nas IES, a falta de indicadores que possam medir as tendências de exclusão perspectiva inter-setorial, a falta de especialistas que possam criar o diagnóstico da situação concreta de exclusão e contribuir para o desenvolvimento de políticas e estratégias bem-sucedidas de inclusão social e equidade e a pouca coordenação de estratégias na América Latina para explorar sinergias e modos de alocar com maior eficiência os recursos já existentes. Na opinião de Karla, os ministérios da educação, associações de universidades, nacionais de ciência e tecnologia e todas as instituições públicas e privadas relacionadas com a educação precisam pensar fundamentos técnicos e metodológicos de políticas de inclusão social e vislumbrar sua viabilidade ou não.