Seminário debate questões de acessibilidade e literatura na educação especial

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A Biblioteca 'Professor Joel Martins', da Faculdade de Educação (FE), promoveu um ciclo de palestras sobre literatura inclusiva na sexta-feira (19), no salão nobre da unidade. A atividade faz parte do seminário Leitura Inclusiva -  O que é? Por quê? Como fazer?, que pretende abordar questões de uso de recursos de acessibilidade na educação, como a narração, áudio-discrição e uso de libras.

Público acompanha as palestras do seminário Leitura Inclusiva -  O que é? Por quê? Como fazer?
Público acompanha as palestras do seminário Leitura Inclusiva -  O que é? Por quê? Como fazer?

A diretora da biblioteca da FE e organizadora do evento, Simone Lucas Gonçalves de Oliveira, explica que o seminário surgiu da percepção de uma deficiência nas coleções de bibliografias que abordam questões de acessibilidade para o cego, mudo e surdo, alem do uso de tecnologias e mídias assistivas. “Nós precisamos de uma literatura que aborda questões de acessibilidade. Tendo na Faculdade de Educação linhas e grupos de pesquisa que abordam esses temas, e no Sistema de Bibliotecas da Unicamp um Laboratório de Acessibilidade, isso tudo culminou na realização desse evento”.

O ciclo de palestras contou com a participação de Maria Teresa Eglér Mantoan, professora da FE e coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença (Leped), apresentando uma mesa sobre perspectivas da acessibilidade e da hospitalidade na educação inclusiva. Para ela, as pessoas portadoras de alguma necessidade especial têm quer ter acesso à inclusão, permanência e participação, tanto no ambiente escolar quanto em outros lugares. “Quando falamos em literatura inclusiva pensamos que ela é voltada para pessoas com deficiência. Mas literatura inclusiva é quando você tem acesso a aquilo que deseja com o menor número de barreiras”.

Simone Lucas Gonçalves de Oliveira, diretora da Biblioteca da Faculdade de Educação
Simone Lucas Gonçalves de Oliveira, diretora da Biblioteca da Faculdade de Educação

A necessidade de repensar as barreiras que existem para as pessoas em obterem informações, transitarem e usar do mobiliário de bibliotecas e escolas também é levantada pela professora Maria Teresa Eglér Mantoan. “Vivemos numa sociedade excludente, que desconhece as diferenças de todas as pessoas. Quando se fala em acessibilidade pensamos em pessoas deficientes, mas na verdade é a deficiência do meio em atender a todos”.

Maria Teresa Eglér Mantoan entende que esse debate é importante num momento onde a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, elaborada em 2008, está sendo rediscutida pelo Ministério da Educação de uma forma questionável pelos especialistas. "Essa politica está sofrendo um ataque do atual governo, por meio da Secretaria de Educação Especial, que tem a ideia de reformar a politica de uma forma que não condiz com aquilo que precisaríamos".

Maria Teresa Eglér Mantoan
Maria Teresa Eglér Mantoan 

A professora da Unicamp defende que a luta dos educadores deve ser para evitar que o governo altere a Política Nacional de Educação especial, antes de uma ampla discussão sobre os dados que eles usam para justificar essa reforma. “Os dados que eles usam são tendenciosos, ligados à defesa da terceirização da educação especial, para trancafiar novamente os jovens com deficiências em instituições especializadas. Isso é um problema sério que vai contra a Constituição, a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão e o Estatuto da Criança e do Adolescente”, afirma Tereza Mantoan.

O seminário Leitura Inclusiva -  O que é? Por quê? Como fazer? contou ainda com oficinas de contação de histórias, exibição de filmes inclusivos para crianças realizadas ao longo do mês na FE, e uma mostra de literatura inclusiva, que será realizada até o dia 30 na Biblioteca.

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