Pesquisas em Inteligência Artificial da Unicamp são premiadas pelo Google

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professores e estudantes ganhadores do premio
Michel Fornaciali (doutorado, Feec), Eduardo Valle (responsável pelo projeto do Melanoma), Ramon Pires (doutorado, IC) e Anderson Rocha (responsável pelo projeto Retinopatia Diabética).

Pelo segundo ano consecutivo, dois grupos de pesquisa da Unicamp foram premiados pelo Google Research Awards for Latin America. As pesquisas, desenvolvidas no campo da Inteligência Artificial, no Instituto de Computação (IC) e na Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), buscam modelos de triagem automática para detectar a Retinopatia Diabética e o Melanoma. “São doenças de diagnóstico por imagem, que é nossa expertise, e cuja identificação precoce é muito importante”, explicou Eduardo Valle responsável pelo projeto do Melanoma.

De acordo com o docente, o objetivo é desenvolver instrumentos que auxiliem os profissionais da saúde primária, médicos generalistas e enfermeiros, a triar e encaminhar os pacientes, otimizando assim o tempo do especialista. A partir de imagens, os pesquisadores treinam o computador para identificar cada uma das doenças. “Mostramos vários casos e o programa cria um modelo do que é a doença. A partir desse modelo, começa a fazer predições e apresenta a probabilidade daquela imagem indicar ou não a doença. Com essa informação, o profissional da saúde pode começar a tomar decisões de como encaminhar aquele paciente”, explicou o Valle.

professorolha tela do computador
“Mostramos vários casos e o programa cria um modelo do que é a doença", explica Eduardo Valle.

Os dois projetos trilham caminhos semelhantes, mas estão em fases diferentes. Segundo Valle, o projeto “Triagem Automática Data-Driven da Retinopatia Diabética”, coordenado pelo professor Anderson Rocha Instituto de Computação (IC), encontra-se em estágio mais avançado de pesquisa e foi o motivador do “Indentificação automatizada confiável de melanoma para o mundo real”. Segundo ele, a taxa de acerto do modelo que identifica a retinopatia é da ordem de 98%, enquanto o do melanoma está em 87,1%, em laboratório de computação. “Na área de retinopatia, já temos tradição de pesquisa. No melanoma, somos ainda um grupo incipiente, mas tivemos um grande resultado, no início do ano, ficando em primeiro lugar em uma competição internacional de detecção automática de melanoma”, contou. (Leia matéria)

O projeto da retinopatia aguarda parecer do Comitê de Ética e articula parceria com a equipe de oftalmologia do Hospital da Clínicas (HC) da Unicamp, para sair do laboratório de pesquisa e ser confrontado com situações clínicas reais, em uma simulação que irá verificar se as respostas do sistema coincidem com as dos especialistas humanos. O grande desafio agora, segundo Valle, é conquistar a confiança dos médicos para usar a tecnologia. “Esse trabalho também é parte da nossa pesquisa. Não é só a parte de desenvolvimento da inteligência artificial, mas também conseguir colocar a tecnologia dentro do hospital. Além de melhorar os sistemas para conquistar a confiança, precisamos elaborar interfaces convenientes que falem a língua dos médicos”, pontuou.

pesquisador em frente a monitor de computador com imagens de retinas
Ramon Pires, desenvolve doutorado no IC sob orientação do professor Anderson Rocha.

Os alunos da Unicamp premiados pela Google este ano foram Michel Fornaciali (doutorado, Feec) e Ramon Pires (doutorado, IC). Participaram ainda da pesquisa os professores Jacques Wainer, Siome Goldenstein e Sandra Avila (IC/Unicamp), Flávia Vasques Bittencourt (FCM/UFMG), Herbert Jelinek (Charles Sturt/Australia), Lin Tzy Li (Samsung), e os alunos de mestrado Afonso Menegola e Júlia Tavares (Feec/Unicamp). Confira a lista completa de vencedores no blog oficial.

Google Research Awards for Latin America

O programa do Google para a América Latina oferece bolsas de pesquisa de um ano para docentes e estudantes de mestrado e doutorado em áreas específicas da Ciência da Computação. Na edição deste ano, foram US$600,000 distribuídos entre os 27 projetos selecionados. Cada aluno de mestrado pode concorrer por dois anos seguidos e cada aluno de doutorado, por três anos.

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