Mia Couto e a narrativa da história da vida

Edição de imagem

O auditório da Faculdade de Ciências Médicas lotou na tarde do dia 19 de junho para receber o escritor moçambicano Mia Couto. A palestra, que incluiu momento de bate-papo com a plateia, fez parte da programação dos 50 anos do Instituto de Biologia da Unicamp. Alunos-artistas da universidade e Coral Zíper na Boca compuseram a parte cultural do evento, que fechou com ampla sessão de autógrafos e venda de livros do escritor. Entre os diversos temas abordados em quase duas horas, Mia enfatizou a importância da aproximação entre Brasil e Moçambique, contou sua experiência de militância pela independência do país africano e o papel da arte e da literatura como “forma de contrariar a alienação aos problemas mundiais”.

Assista palestra  de Mia Couto na Unicamp 

Ao ser questionado sobre o desafio de atuar como biólogo e jornalista, Mia comentou que não vê dissociação dos dois campos: “é a arte de contar histórias que vão além da lógica tecnicista da ciência”. E completa: “O grande prêmio que a literatura nos dá é o gosto de fazer, esse gosto de viagem pelos outros. Mas não é só viajar, é ser o outro. Quando eu escrevo sobre uma mulher, eu tenho que ser essa mulher. Eu tenho que ser índio, eu tenho que ser negro, eu tenho que ser velho, tenho que ser novo, tenho que ser chinês". Na mesma linha, ele cita poeticamente o exemplo da morte: “não se morre de algo apenas, mas de alguém; toda passagem tem um enredo, um contexto além da questão biológica. Pode parecer poético, mas essa ideologia da realidade africana, da doença, também nos atenta”, conclui.

Vencedor do Prêmio Camões de 2013 e do Prêmio Neustadt de 2014, Mia Couto ganhou projeção na literatura internacional com a publicação de Terra Sonâmbula em 1992. A obra foi considerada um dos dez melhores romances africanos do século XX pela Feira do Livro do Zimbábue de 1995, e faz parte da lista de livros obrigatórios para o Vestibular da Unicamp. O livro mais recente publicado por Mia Couto é Sombras da Água, lançado em 2016 no Brasil pela Cia. das Letras. Biólogo de formação e jornalista, Mia Couto trabalhou após o fim da Guerra de Libertação Nacional como repórter da Agência de Informação de Moçambique e de outros veículos, atuando no jornalismo até meados da década de 80. O professor atua na área de ecologia e conduz, por meio de empresa, avaliações de impacto ambiental na África.

Confira reportagem da TV Unicamp com Mia Couto




Assista palestra  completa de Mia Couto na Unicamp

Imagem de capa
Mia Couto na Unicamp

twitter_icofacebook_ico

Comunidade Interna

Em reunião realizada entre a diretoria e alunos, foi anunciado o iniciou de estudos para verificar que tipo de ações poderão ser implementadas a fim de ampliar a sensação de segurança fora dos muros da escola

O evento, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), aborda a aplicação da legislação nas universidades públicas do Estado de São Paulo

Atualidades

A honraria foi aprovada por unanimidade pelo plenário da Câmara Municipal de Campinas 

As instituições são avaliadas a partir de cinco critérios: qualidade do ensino, pesquisa científica, mercado de trabalho, inovação e internacionalização

O professor de Direito Internacional  da Unicamp Luís Renato Vedovato foi o convidado do videocast Analisa, uma produção da Secretaria Executiva de Comunicação

Cultura & Sociedade

Antonio Meirelles: "O jovem Apollo nunca andará por estas calçadas, e não sei se ele – como o nome indicava – iria gostar de esportes e ser um grande atleta ..."

O coral leva um repertório de música popular brasileira, com as canções da parceria Toquinho e Vinícius, e o samba paulista de Adoniran Barbosa