ADAPTAÇÕES DE CLÁSSICOS LITERÁRIOS BRASILEIROS: PARÁFASES PARA O JOVEM LEITOR.



Autor: Mário Feijó Borges Monteiro.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Marília Rothier Cardoso.
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção de grau de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Letras do Departamento de Letras da PUC-Rio, 2002.


Resumo:

Parafrasear, nos termos desta dissertação, é contar um enredo já conhecido com o próprio texto. As paráfrases para o público escolar são textos novos construídos sobre enredos antigos, são apropriações textuais. Embora concebidas, divulgadas e comercializadas como produtos de massa, dependem daquele apelo que a tradição literária (canônica) exerce sobre os professores. A relação intertextual que as caracteriza não é marcada pelos jogos referenciais típicos da pós-modernidade. Não devem ser confundidas com pastiches, paródias ou plágios.

No passado, durante a fase de nacionalização do livro escolar no Brasil, recontar histórias já escritas não era motivo de crítica ou desconfiança; era um ato de resistência. Nossa indústria editorial ainda estava em construção, pois nem os editores eram brasileiros. Dependíamos de livros vindos de fora. Traduzir e adaptar os clássicos estrangeiros era contribuir para a "independência" da cultura nacional. O texto traduzido e adaptado para o nosso público escolar, além de transmitir a uma nova geração "as obras universais" (leia-se o cânone ocidental), devia fazê-lo com linguagem viva e apropriada para a juventude nacional. O grande nome deste período é Monteiro Lobato.

No Brasil, o recente lançamento de adaptações escolares baseadas em obras brasileiras e portuguesas constitui um marco histórico no segmento de clássicos adaptados. E coloca a paráfrase escolar como uma questão a ser pensada pela comunidade de professores, teóricos e críticos.


Abstract:

Paraphrases for school-age readers are new texts based on old plots: they are textual appropriations. Although conceived, disseminated and marketed as mass products, they rely on the (canonical) literary tradition's appeal for teachers. The intertextuality that characterizes them is not marked by the referential games typical of postmodernism. They are not to be seen as cases of pastiche, parody or plagiarism.

A text that is translated and adapted for school-age readers should not only introduce the younger generation to "universal works" (i.e., the Western canon) but also do it in a language that is contemporary and appropriate to the young people of a given time. The recent publication of adaptations of Brazilian works is a landmark in the history of adapted classics, and raises the issue of school paraphrases as one that should be examined by the academic community.

Downloads:
Tese completa
Páginas iniciais
Anexos 1 e 2          
Anexos 3, 4, 5 e 6