O Projeto Fome Zero parte de constatações baseadas em recentes pesquisas:
A partir desses dois pontos, o projeto elenca uma série de políticas públicas que seriam necessárias para combater decisivamente a fome. Elas estão divididas em três grupos.
1) Políticas estruturais - a serem implantadas gradativamente:
c - programas de qualificação e assistência para faixas etárias com maior índice de desemprego (jovens e com mais de 40 anos) ;
d - crédito popular (por organismos oficiais e incentivando cooperativas de crédito solidário/ bancos do povo) ;
e - recuperação/ incremento do ensino público;
f - política habitacional popular como forma de gerar empregos e alavancar o crescimento econômico ;
g - reforma agrária (com meta de 1 milhão de famílias) ;
h - universalização da previdência social, visando extender benefício de 1 salário mínimo para trabalhadores urbanos em regime de economia familiar/ informal, conforme já acontece no meio rural (público potencial - 2,9 mi de pessoas) ;
i - programas de bolsa-escola/ renda mínima (público potencial de 3,3 milhões de crianças atualmente fora da escola - R$ 45 por criança/ mês) ;
j - incentivo à agricultura familiar, com assistência
técnica, crédito e apoio à comercialização
(potencial de pelo menos 3 milhões de propriedades com capacidade
ociosa) ;
b - cestas básicas apenas para emergência (em regiões atingidas por calamidade ou com alta deficiência de equipamentos de abastecimento – em outros casos, prioridade é o sistema de cupons);
c - estoques públicos de segurança regionalizados e com finalidade de evitar importação de produtos básicos;
d - combate à desnutrição materno-infantil (1,3 milhão de crianças, 1,2 milhão de mães), a partir da rede de saúde;
e - ampliação da merenda escolar (hoje atende 15% das necessidades calóricas diárias da criança, por lei; proposta é que em regiões mais problemáticas ela chegue a até 100%, sendo estendida a irmãos mais novos da criança), priorizando produção local nas compras de seus componentes – dobrar os gastos com merenda representariam apenas R$ 1 bi/ ano;
f - campanhas de educação alimentar;
g - vigilância da qualidade dos alimentos, incluindo restrições aos transgênicos até que sua segurança seja comprovada;
h - ampliação do Programa de Alimentação
do Trabalhador (PAT), incentivando microempresas com benefícios
fiscais (público potencial: 15,7 milhões de trabalhadores)
b - parcerias com redes de supermercados (incentivando comercialização de produtos de agricultura familiar
c - incentivos a agricultura urbana/ auto-consumo (assistência técnica, alíquotas diferenciadas de IPTU etc. na criação de hortas comunitárias, p.ex.)
d - restaurantes populares, como em Belo Horizonte e Rio de Janeiro;
e - modernização dos equipamentos de abastecimento
(incentivo a sacolões, venda direta etc.).
Para coordenar o Fome Zero em nível federal, o projeto propõe a retomada do Conselho Nacional de Segurança Alimentar, articulado com o Ministério do Planejamento e vinculado diretamente ao gabinete da Presidência da República. Em nível municipal, secretarias de Abastecimento e Saúde podem ser núcleos articuladores.
Simultaneamente ao lançamento do projeto, o público poderá
obter o texto integral do Fome Zero na Internet, no site www.icidadania.org.br