Avaliação dos resultados da análise emergética
Para fazer inferências da análise emergética (Odum, 1996; Odum 2000) calculam-se os índices emergéticos à partir dos resultados da tabela de avaliação dos fluxos de emergia.
O índice denominado transformidade (Tr=Y/E) avalia a qualidade do fluxo de energia e permite fazer comparações com outras formas de energia e com outros sistemas. A transformidade solar do recurso gerado por um sistema é obtida dividindo a emergia incorporada pelo sistema (Y) entre a energia do recurso (E).
Para conhecer o benefício para a cadeia de consumidores, calcula-se a razão de rendimento emergético líquido que é obtida dividindo a emergia incorporada no produto pela emergia dos insumos que provém da economia (EYR=Y/F). O valor obtido indica quanta energia primária é disponibilizada para a economia que consome o produto. Esta razão para os combustíveis fósseis (fontes muito competitivas) já foi da ordem de 12/1, hoje está em 6/1 e continua a cair, e enquanto ela for maior que a razão Y/F dos combustíveis alternativos (exemplo: 2/1), não compensa utilizar as novas fontes como energia primária.
Para prever se o uso de recursos da economia (investimento monetário) em um projeto terá uma boa contrapartida de recursos naturais (até hoje gratuitos), calcula-se a razão de investimento de emergia. Ela mede a proporção de emergia retro-alimentada do setor econômico em relação às entradas de emergia do ambiente (EIR=F/I). Esta razão indica quão econômico é o processo ao usar os investimentos da economia em comparação com outras alternativas. Para ser econômico, o processo deve ter um valor de (F/I) similar ao valor médio de F/I das atividades da região. Se ele exige mais da economia que as outras alternativas, terá portanto, menos chances de subsistir. Quando se demanda pouco da economia, a razão (F/I) será menor e, portanto, seus custos serão menores, o que oferece condições de competir, prosperar no mercado e aumentar sua inversão. Na prática, esta situação é afetada pelos subsídios e impedimentos legais que dificultam o livre trânsito dos produtos.
A razão de intercâmbio de emergia é a razão de emergia recebida em relação a emergia fornecida em uma troca (EER=Y/[produção unitária*preço*(emergia/dólar)]). As matérias-primas, tais como minerais e produtos rurais provenientes da agricultura, pesca e silvicultura, tendem a ter um valor alto de EER, quando são comprados a preço de mercado, pois, geralmente, o dinheiro somente paga os serviços humanos e não o extenso trabalho realizado pela natureza. A emergia pode ser usada para avaliar os intercâmbios internacionais. As nações desenvolvidas ao comprar matérias-primas de países menos desenvolvidos conseguem um saldo de emergia a seu favor, pois a emergia dos dólares usados no intercâmbio é muito menor que a contida nas matérias-primas adquiridas.
Se a análise do sistema for completa pode-se calcular sua renovabilidade emergética (sustentabilidade), para tal usa-se a razão entre a emergia dos recursos renováveis e a emergia total usada R=(R/Y). As nações desenvolvidas possuem índices de renovabilidade baixos e os países subdesenvolvidos razões altas. Devido ao comercio internacional, ocorre uma transferência da sustentabilidade das nações pouco industrializadas às industrializadas.
Bibliografia
2. A que fatores podemos poderiamos
atribuir o baixo valor da renovabilidade dos países desenvolvidos?
(a) Destruição
das florestas.
(b) Ocupação
urbana das terras agrícolas.
(c) Uso intenso de
recursos fósseis como matérias-primas e combustíveis.
(d) Poluição
química das industrias.
(e) Economia orientada
a exportação de produtos de alta tecnologia.
(f) Turismo
(g) Uso intenso da
água na agricultura
(h) Emigração
(i) Exodo rural
(j) Controle da natalidade.
3. Poderiamos dizer que a riqueza
emergética é transferida no intercâmbio comercial ?