Aula introdutória
Usaremos nesta disciplina a linguagem dos fluxos de energia desenvolvida pelo Dr. Howard T. Odum da Universidade da Flórida.
O diagrama básico para representar um processo que ocorre na natureza é o apresentado a seguir:
À esquerda podemos observar massa e energia entrando no sistema, sendo que, parte dessa energia não é usada. Dentro do sistema, vemos os estoques internos, a interação entre eles e a energia externa, gera trabalho interno (novos materiais e novas energias) e trabalho que vai ao exterior (produtos do sistema). Também, podemos observar dentro do diagrama uma reciclagem.
A energia externa disponível gera trabalho, porém, o custo dessa produção é a degradação de energia disponível, que sai do sistema como calor de baixa intensidade. A matéria que participa nos processos, também se transforma em uma matéria de maior qualidade e em matéria dispersada (ou degradada).
Vamos falar de conceitos existenciais:
(a) identidade;
(b) percepção da realidade;
(c) cultura;
(d) consciência.
Para começar, vamos analisar o termo cultura como tudo aquilo que é agregado à informação básica herdada.
Vejamos o diagrama de fluxos de energia do processo de maternidade:
Mesmo no útero da mãe, o bebê em gestação começa a receber informações da cultura local que vai hospedá-lo.
Depois, a criança no contato com a família, os parentes, a escola e os meios de comunicação, entra em contato com a cultura local e mundial.
A criança evolui, se torna um jovem e depois um adulto que, no decorrer dos anos, estrutura suas habilidades para perceber o mundo e dar sentido a sua vida.
Uma hipótese: o objetivo da vida, no caso dos humanos, sería tornar a pessoa consciente de seus atos.
A consciência é produzida pela absorção e integração de conhecimentos de boa qualidade junto com outros saberes vindos da percepção sensorial, da sensibilidade (emoções) e da intuição (inspiração, sentido das coisas).
Quando não existe conhecimento, temos ignorância;
Quando há ignorância, não há consciência;
Quando existe consciência e não existem valores de boa qualidade, pode haver cinismo;
O cinismo pode levar a conseqüências sociais nocivas.
Hoje, a civilização capitalista predominante, estimula ao extremo o individualismo e a visão que separa a pessoa de seu meio. Essa consciência coletiva egoísta leva a situações nocivas ao homem e a natureza.
A visão de sistemas, permite identificar as relações entre a consciência e atos humanos, o impacto no meio, a retro-alimentação entre a sociedade, a natureza e o ser humano.
O importante é aumentar a compaixão e mudar a capacidade de raciocínio para se adequar aos novos estágios de desenvolvimento da humanidade.
Ainda que reconhecemos o valor da intuição e da sensibilidade, devemos destacar os conhecimentos que devem ser integrados para entender o funcionamento da Biosfera e dos Ecossistemas.
A maturidade individual pode induzir a uma maior maturidade coletiva e melhorar a relação dos seres entre si e com o meio ambiente.
A consciência ecológica, ao incorporar o conhecimento das novas técnicas de medição do valor dos recursos naturais, permite um salto de qualidade.
Quando descobrimos o valor das contribuições da natureza para o bom desempenho dos sistemas humanos, adquirimos a capacidade de contribuir para a transição ao Desenvolvimento Sustentável.
Até 1900, a humanidade, vista como conjunto, dependia dos recursos naturais que correspondiam a 80 – 95% do seu consumo de materiais.
Após um século de intensa incorporação de recursos não renováveis nos processos produtivos, a situação se inverteu e o mundo passou a depender de 60 – 70% de recursos não renováveis (basicamente petróleo).
Nos países industrializados, a relação de dependência é maior (90 – 95%), nos países periféricos a dependência de recursos não renováveis também está aumentando.
Os cientistas especializados em petróleo, apontam o início da diminuição do fornecimento deste valioso material. A previsão de disponibilidade é de 30 anos.
Grandes desafios tecnológicos e sociais deverão ser enfrentados!